Protesto contra o casamento gay termina em violência em Paris
A passeata organizada neste domingo em Paris para protestar contra o casamento gay terminou com quase 300 pessoas detidas após os confrontos violentos entre a polícia e os manifestantes . Os confrontos começaram à noite na Esplanada dos Inválidos, ponto turístico da capital, logo após o final da passeata.
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A polícia informou que 293 pessoas foram detidas e 231 tiveram a prisão preventiva decretada. A maioria das detenções foi feita na região na Esplanada dos Inválidos, local escolhido para o encerramento da passeata contra o casamento gay.
Quatro policiais ficaram feridos, informou o Ministério do Interior. A televisão francesa informou ainda que dois jornalistas foram atacados com bastões de madeira. "Esses confrontos provam claramente que o dispositivo de segurança foi justificado”, diz comunicado oficial.
Segundo o ministro do Interior, Manuel Valls, “centenas de indivíduos de extrema-direita” e de movimentos nacionalistas iniciaram as agressões. Militantes dos grupos conhecidos como “Juventudes Nacionalistas” e “Obra Francesa” se recusaram a deixar o local e provocaram as autoridades policiais lançando pedras, pedaços de pau e outros objetos. Em outro ponto da cidade, militantes de um grupo de extrema-direita conseguiram escalar a sede do Partido Socialista e hastearam uma bandeira com os dizeres: “Fora, Hollande”. A polícia deteve o grupo.
O protesto deste domingo foi cercado de muita tensão. Às vésperas da passeata, o governo francês já havia alertado para o risco de atos violentos. O ministro do Interior da França temia que grupos radicais e vândalos se infiltrassem na passeata para provocar tumulto. Frigide Barjot, ex-comediante e principal rosto do movimento contra o casamento homossexual, não foi a passeata justamente por temer a violência. Ela declarou ter recebido ameaças de morte.
Neste domingo, três passeatas convergiram para a Esplanada dos Inválidos. Uma quarta marcha organizada por católicos integristas do Instituto Civitas, reunindo 2.800 pessoas, ficou isolada e não se misturou aos demais grupos. Segundo os organizadores das três passeatas principais, mais de um milhão de pessoas protestaram. Segundo a polícia, o total de pessoas não passou de 150 mil.
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