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França/Antissemitismo

Governo francês celebra proibição de show do humorista Dieudonné

O Conselho de Estado francês, instância máxima da administração do país, proibiu a realização do espetáculo do humorista Dieudonné nessa quinta-feira, 9 de janeiro, poucas horas antes do início do show. Acusado de antissemitismo, ele deveria começar sua turnê nacional em Nantes, no oeste da França. O governo considera a decisão da justiça uma vitória.

Acusado de antissemitismo, o humorista Dieudonné perdeu a batalha contra a justiça francesa.
Acusado de antissemitismo, o humorista Dieudonné perdeu a batalha contra a justiça francesa. REUTERS/Jacky Naegelen
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Depois de uma verdadeira batalha jurídica, o Conselho do Estado finalmente manteve a decisão de proibir a realização do espetáculo de Dieudonné na cidade de Nantes. O ministro francês do Interior, Manuel Valls, que lançou a ofensiva legal contra o humorista, celebrou a interdição. “É uma vitória da República”, disse ele. “Não podemos tolerar o ódio do outro, o racismo e o antissemitismo”, afirmou, ressaltando que pretende continuar seu “combate contra esse personagem nauseabundo”.

O primeiro-ministro francês, Jean-Marc Ayrault, também se exprimiu sobre o assunto. Segundo ele, a decisão do Conselho do Estado fortalece a posição do governo contra os “desvios antissemitas”.

Os representantes da comunidade judaica também saudaram a medida. O Congresso judeu europeu parabenizou o “triunfo dos valores da democracia e da República francesa”. Já a Liga dos Direitos Humanos se disse preocupada com o episódio, que pode ter “conseqüências para a liberdade de expressão”.

O espetáculo Le Mur (O Muro) era alvo de uma circular lançada pelo ministro francês do Interior, que acusava Dieudonné de antissemitismo. O estopim da interdição foi um gesto feito frequentemente pelo humorista e apontado como uma alusão à saudação nazista. A circular de Manuel Valls havia provocado inúmeras anulações de seus shows em outras localidades do país, mas também vários protestos contra a decisão, vista como uma forma de censura. O humorista, que já foi condenado diversas vezes por incitação ao ódio, entrou com recurso, mas a justiça manteve a opinião do governo e proibir a apresentação em Nantes.

Após a notícia, Dieudonné pediu, por meio de sua página no Facebook, que seus fãs, que já estavam diante da sala de espetáculos, deixassem o local. “Eles querem o enfrentamento físico, então voltem para suas casas cantando a Marselhesa”, declarou, em referência ao hino nacional francês.

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