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França/protestos

Em defesa de família tradicional, manifestantes vão às ruas na França

Neste domingo (2), líderes da “Manif pour Tous” (manifestação para todos, em português) organizam protestos em Paris e em Lyon. O movimento, que nasceu da luta contra o casamento entre homossexuais, pretende defender valores familiares tradicionais. Na capital francesa, o protesto reuniu 80 mil pessoas, segundo a polícia. Os organizadores calculam 500 mil. 

Cartazes da manifestação contra o casamento gay e em defesa de família tradicional em Paris.
Cartazes da manifestação contra o casamento gay e em defesa de família tradicional em Paris. REUTERS/Benoit Tessier
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Milhares de militantes da “Manif pour Tous”  foram às ruas de Paris e de Lyon neste domingo para defender uma agenda conservadora. Além da já conhecida crítica ao casamento gay, os manifestantes também protestaram contra a reprodução assistida e a adoção do método de barriga solidária para casais homossexuais. “Queremos dar uma advertência ao governo. (...) Todas as crianças precisam de um pai e de uma mãe”, afirma Ludovine de la Rochère, uma das líderes do movimento. Para as pessoas que defendem a causa, o governo socialista tem uma verdadeira “fobia aos valores familiares”.

Segundo a polícia, os protestos reuniram 80 mil pessoas em Paris. Os organizadores, porém, discordam dos números oficiais. "Reunimos mais de meio millhão [de pessoas] em Paris e mais de 40 mil em Lyon", declarou a comissão de organização da passeata.

Outro motivo para o descontentamento dos simpatizantes da "Manif pour Tous" é o novo programa pedagógico a ser aplicado nas escolas francesas. Batizado de ABCD da Igualdade, a diretriz pretende lutar contra os estereótipos de meninas e meninos na escola. Mas, para seus opositores que alegam uma suposta “teoria do gênero”, o programa educacional quer suprimir a noção de homem e mulher. “Não toquem nos nossos estereótipos de gênero”, brada Ludovine de la Rochère. Alinhados a esse pensamento, muitos manifestantes nas passeatas deste domingo exibem cartazes com desenhos de uma menina vestida de fada e um menino com uma espada.

Os manifestantes exigem o fim "imediato" da aplicação da cartilha. Em represália, algumas associações de pais de alunos não levaram seus filhos às escolas que já adotam o novo programa. Em comunicado, eles afirmam que o “Estado não deve se intrometer em assuntos íntimos ligados à identidade sexual”.

Extremistas

Para o ministro do Interior da França, Manuel Valls, os manifestantes estão tentando criar uma versão francesa do “tea party”, em alusão à ala extremamente conservadora do Partido Republicano nos Estados Unidos. O ministro também afirmou que não vai tolerar manifestações violentas.

Uma semana após o “Dia de Raiva", uma passeata contra o governo que aconteceu em Paris, os manifestantes de hoje não querem ser classificados de extremistas e de vândalos. No domingo passado, o protesto terminou com 19 policiais feridos e mais de 200 pessoas presas. Além da violência, muitos manifestantes também gritavam cantos racistas, xenófobos e antissemitas.

Para tentar evitar excessos e monitorar “intrusos”, os organizadores das passeatas de hoje dizem ter criado um sistema com voluntários . A polícia em Paris e em Lyon também reforçou a segurança.

 

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