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França/ Política

Pesquisa indica rejeição de franceses a Sarkozy

Quase dois terços dos franceses (65%) não querem o retorno do ex-presidente francês Nicolas Sarkozy à política, segundo uma pesquisa divulgada nesta quinta-feira (3). Já entre os simpatizantes de seu partido, a UMP, 72% são favoráveis a ele. A sondagem foi feita depois do indiciamento do ex-chefe de Estado por corrupção ativa, mas antes da entrevista que ele concedeu ontem para se explicar sobre os casos judiciais nos quais está envolvido.

O ex-presidente francês Nicolas Sarkozy na saída de um restaurante, após conceder entrevista à televisão.
O ex-presidente francês Nicolas Sarkozy na saída de um restaurante, após conceder entrevista à televisão. REUTERS/Benoit Tessier
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A pesquisa, feita pelo instituto CSA, indicou que 65% dos entrevistados responderam “não, de jeito nenhum” ou “não” à pergunta sobre se gostariam que Sarkozy retornasse à política. Outros 33% disseram “sim” ou “com certeza”.

Na entrevista, transmitida ontem na televisão em horário nobre, Sarkozy denunciou a “instrumentalização política de uma parte da Justiça” e a intenção de “humilhá-lo” com uma detenção provisória, ao invés de uma convocação diante da justiça. Ele também questionou a imparcialidade de uma das juízas encarregadas do caso, que foi membro de um sindicato da magistratura ligado à esquerda.

Na sua primeira entrevista desde que deixou o palácio do Eliseu, em 2012, o ex-presidente qualificou de “grotescas” as acusações que motivaram seu indiciamento. Ele afirmou que nunca traiu a confiança dos franceses e prometeu assumir as consequências, caso fique provado que cometeu erros.

Polêmica sobre imparcialidade

As contestações da imparcialidade da justiça provocam polêmica na França nesta quinta-feira, alimentada principalmente pela direita. A ex-ministra do governo de Sarkozy Nathalie Kosciusko-Morizet declarou que a juíza deveria “se retirar” do caso por vontade própria e disse que é “inaceitável alguém ser julgado pelos seus inimigos”.

Já o porta-voz do governo socialista, Stéphane Le Foll, declarou que o ex-presidente utilizou “a conhecida estratégia do contra-ataque”, ao se dizer vítima de uma perseguição por parte do Executivo e da Justiça. "O presidente da República lembrou os princípios de presunção da inocência e independência da Justiça", afirmou o porta-voz, dizendo que não ficou surpreendido com "a violência dos ataques" de Sarkozy.
 

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