Ex-presidente francês é alvo de nova investigação da Justiça

Depois de ser detido e indiciado por corrupção e outros crimes na semana passada, o ex-presidente francês Nicolas Sarkozy é alvo de uma nova investigação ligada ao financiamento de sua campanha presidencial de 2012.

Reuters/Gonzalo Fuentes

A promotoria de Paris anunciou no início de julho a abertura de um inquérito preliminar para apurar a legalidade do pagamento por seu partido, a UMP, de multas impostas pelo Estado francês ao candidato .

O ex-presidente francês teria gasto além do limite máximo estipulado pelo governo durante a campanha presidencial. Em dezembro de 2012, a comissão que analisa as contas dos candidatos, constatou que o ex-chefe de Estado ultrapassou em € 363.615 mil euros, cerca de R$ 900 mil, a quantia autorizada pelo Estado, fixada em 22.509 mil euros. Com as contas invalidadas, ele foi condenado a pagar uma multa equivalente aos gastos suplementares.

A Justiça agora analisa um eventual "abuso de confiança" do partido por Sarkozy, que teria pago a multa e os gastos extras da campanha do ex-presidente. Mas a nova direção interina da UMP, que está no comando do partido desde a saída do seu presidente Jean-François Copé, estima que o próprio ex-presidente deveria ter quitado a dívida. O caso está sendo investigado pela divisão anti-corrupção da polícia judiciária.

Na semana passada, Sarkozy foi indiciado por corrupção ativa, tráfico de influência e violação do sigilo profissional por tentar extrair informações de um magistrado sobre processos que o atingiam, envolvendo um suposto financiamento ilegal de sua campanha presidencial de 2007.

Direção do partido se reúne hoje e revela dados de auditoria financeira

Os principais representantes do partido de Sarkozy se reúnem nesta terça-feira às 18h (horário local) na sede da UMP para revelar os principais pontos de uma auditoria feitas no setor financeiro. A auditoria foi encomendada pelos ex-premiês François Fillon, Alain Juppé e Jean-Pierre Raffarin, todos integrantes do partido de direita.

A UMP tem uma dívida avaliada em 76 milhões de euros, contra 96 milhões no final de 2012. Os documentos mostram que só os gastos com "propaganda e comunicação" na época da campanha presidencial foram avaliados em € 33,329 milhões.