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Greve/Air France

Pilotos recusam proposta da direção da Air France e greve continua

Em greve há oito dias, os pilotos da companhia aérea Air France rejeitaram na tarde desta segunda-feira (22) a proposta da direção da empresa de adiar temporariamente o projeto de desenvolvimento de sua filial low cost. A paralisação, que está custando milhões de euros por dia ao grupo, segue por tempo indeterminado.

Pilotos da Air France rejeitaram a proposta anunciada nesta manhã pelo diretor da companhia, Alexandre de Juniac (E).
Pilotos da Air France rejeitaram a proposta anunciada nesta manhã pelo diretor da companhia, Alexandre de Juniac (E). REUTERS/John Schults
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Nesta manhã, o presidente do grupo franco-holandês Air France-KLM, Alexandre de Juniac, convocou uma reunião geral com os funcionários e anunciou que o projeto de criação das filiais da empresa low cost Transavia Europe poderia ser suspensa até dezembro, menos na França e na Holanda. Até lá, Juniac propôs realizar “negociações intensas” para decidir todas as garantias necessárias junto ao sindicato da classe.

A proposta do presidente da Air France consiste em se concentrar no desenvolvimento da filial da low cost na França. Assim, a parte francesa da Transavia aumentaria sua frota de 14 a 37 aviões até 2019, e abriria mil novas vagas na empresa, entre elas, 250 para pilotos.

No entanto, para o principal sindicato da empresa, o SNPL, a oferta da Air France não resolve o problema e a organização pede que a categoria siga mobilizada. Uma manifestação dos pilotos, que devem comparecer uniformizados diante da Assembleia Nacional da França, está prevista para esta terça-feira (23).

Preservar o futuro da companhia

Nesta noite, o primeiro-ministro francês, Manuel Valls, classificou de “razoáveis” as propostas da direção da Air France para colocar um fim à greve. Ele fez um apelo para que os pilotos voltem a trabalhar “o mais rápido possível” para preservar o futuro da companhia.

“A Air France é uma grande empresa e estes dias de greve que se prolongam são difíceis e podem prejudicar ainda mais as contas da companhia”, advertiu.

Sobre o pedido dos pilotos de encontrar o premiê, Valls respondeu: “A direção e os sindicatos devem ser capazes de encontrar uma solução. As propostas feitas pela Air France me parecem razoáveis". E finalizou: “Pela imagem do país, da companhia e de seu futuro, pelos funcionários e, claro, pelos passageiros, é preciso que esta greve termine o mais rápido possível”.

Recorde de paralisação

Desde de 1998, a Air France não vivia uma mobilização tão intensa. Na época, a empresa registrou uma greve de 10 dias. Mas, desta vez, a paralisação pode superar esse recorde. Nessa manhã, todos os voos que partiam de Paris com destino ao Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília foram cancelados. Os voos noturnos saindo dessas cidades com destino à França também não irão decolar.

Segundo Juniac, a paralisação custa cerca de € 20 milhões por dia aos cofres da empresa, justamente em um momento em que a companhia começa a deixar a crise para trás.

Entre os passageiros, o clima também é de grande insatisfação. “Essa greve já está se tornando interminável”, lamentou Jean-Claude Delarue, presidente da Federação de Usuários dos transportes públicos. “Nós nos perguntamos se a companhia Air France não vai, no futuro, perder uma fatia de mercado”, completou. Para Delarue, muitos clientes vão, simplesmente, optar por outras empresas aéreas.

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