Greve dos pilotos da Air France entra no 13° dia sem avanço nas negociações
A greve dos pilotos da Air France entrou no décimo terceiro dia consecutivo sem nenhum perspectiva de acordo entre os sindicatos da categoria e a direção da companhia aérea que, assim como o governo, se recusa a nomear um mediador para o conflito. Com a paralisação, cerca de metade dos voos foram cancelados neste sábado (27). Para amanhã, a previsão é de que 45% dos voos sejam realizados.
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Apesar das pressões para o fim da paralisação, incluindo um novo apelo do primeiro-ministro, Manuel Valls, para acabar com uma greve chamada por ele de "insuportável", os pilotos recusaram as últimas propostas feitas pela direção da empresa.
Os sindicatos dos pilotos e a direção se acusam mutuamente pelo fracasso das discussões e pela recusa em ceder nas suas posições. Segundo a companhia aérea, a adesão ao movimento continua forte como no primeiro dia, com 57% dos pilotos de braços cruzados.
Na manhã deste sábado, o sindicato SNPL, majoritário entre os pilotos da Air France, afirmou à agência de notícias à AFP ter feito "concessões" que foram encaminhadas há vários dias à direção da companhia aérea, mas que foram bloqueadas pelo presidente do grupo Air France-KLM, Alexandre de Juniac.
"Os pilotos fizeram grande concessões ao aceitar as condições de trabalho da Transavia, mas pedem em troca um contrato único", explicou o porta-voz do sindicato, Guillaume Schmid. A direção da empresa nega e denuncia "posições sinuosas e contraditórias" do SNPL.
Segundo a Air France, a direção propõe a manutenção dos empregos dos pilotos "com as mesmas condições de operação e remuneração da Transavia França, para garantir a competitividade dessa filial, assim como seu desenvolvimento complementar ao da rede da Air France".
Sem mediação
O SNPL pediu ao governo a nomeação imediata de um mediador independente por julgar que a proposta da empresa "não responde às preocupações da profissão". O sindicato teme que algumas vantagens do estatuto dos pilotos da Air France sejam reduzidas em favor dos pilotos da Transavia. Segundo a imprensa francesa, os pilotos da filial baixo custo Transavia trabalham, em média, 30% mais e com salários menores do que os pilotos da Air France.
No dia 15 de setembro, os pilotos entraram em greve para protestar contra o projeto de desenvolvimento da Transavia, filial low cost da Air France. Na quinta-feira, a direção da companhia aérea abandonou o projeto de desenvolvimento da Transavia para Europa, mas a greve continuou com os pilotos reclamando garantias em relação às condições de trabalho na Transavia França.
As negociações foram suspensas na madrugada dese sábado (27), sem a definição de uma data para a retomada das discussões. A paralisação está prevista para até terça-feira, dia 30.
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