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França/EUA

Empresa ferroviária francesa vai indenizar vítimas do Holocausto

A França e os Estados Unidos vão assinar um acordo no próximo dia 8 de dezembro para criar um fundo de US$ 60 milhões para indenizar as vítimas do Holocausto e suas famílias, transportadas pela companhia de trens francesa SNCF para campos de concentração durante a Segunda Guerra Mundial. O anúncio foi feito nesta sexta-feira (5) por Patrizianna Sparacino, representante do governo francês que negocia as indenizações.

Milhares de judeus foram levados para campos de concentração nos trens da SNCF, a companhia de trens francesa
Milhares de judeus foram levados para campos de concentração nos trens da SNCF, a companhia de trens francesa Reuters/Jean-Paul Pelissier
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Os recursos serão franceses, mas os Estados Unidos é quem distribuirão o dinheiro e decidirão quais serão os critérios de atribuição, explicou Sparacino, embaixadora dos Direitos Humanos, responsável pelas questões ligadas ao Holocausto. Judeus de todas as nacionalidades serão beneficiados, exceto aqueles de países que já assinaram acordos bilaterais, como o Reino Unido, a Bélgica e a Polônia.

“O fundo beneficiará centenas de sobreviventes, esposos e esposas, crianças e herdeiros”, disse Sparacino durante uma coletiva de imprensa. “No momento nosso objetivo é que os sobreviventes deportados recebam em média US$ 100 mil.”

A pedido do regime francês de Vichy, que colaborava com os nazistas na Segunda Guerra, a SNCF deportou 76 mil judeus em vagões de mercadorias para os campos de extermínio, entre 1942 e 1944. Cerca de 3 mil sobreviveram, segundo a empresa.

Acordo só entra em vigor depois de aprovado no Parlamento francês

O acordo só entrará em vigor depois da aprovação pelo Parlamento francês, disse a embaixadora. O documento prevê que os americanos negociem os pedidos das vítimas que poderão ser feitos juntos à SNCF, inclusive prováveis ações na Justiça contra a companhia francesa. “Os Estados Unidos defenderão a França, é uma contrapartida deste acordo”, declarou.

Há vários anos, os representantes dos estados americanos de Nova York, Califórnia, ou da Flórida, tentavam impedir a SNCF de participar das licitações em seus territórios, exigindo que a companhia indenizasse as famílias das vítimas das deportações. As negociações foram lançadas no início do ano entre a França e os Estados Unidos.

Excepcionalmente, o estado de Maryland decidiu não pedir à SNCF que indenizasse as vítimas, o que possibilitou à companhia francesa que se candidatasse à construção e à exploração da “Purple Line”, uma linha ferroviária de 25 quilômetros, orçada em € 4,5 bilhões.
 

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