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FRANÇA

França: Collomb deixou mesmo o governo

O primeiro-ministro francês, Edouard Philippe, assumiu esta manhã, provisoriamente, o ministério do interior após a passagem de testemunho de Gérard Collomb. O até agora ministro afirmou "lamentar" deixar o cargo, após um braço de ferro inédito com o presidente da república.

Edouard Philippe (esq.) e Gérard Collomb, a 3 de Outubro de 2018 em Paris no Ministério do interior.
Edouard Philippe (esq.) e Gérard Collomb, a 3 de Outubro de 2018 em Paris no Ministério do interior. STEPHANE DE SAKUTIN / AFP
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Gérard Collomb tinha começado por afirmar pretender manter-se no cargo até à primavera, para depois se consagrar à sua candidatura rumo à reconquista da câmara municipal de Lyon, nas eleições agendadas para 2020

Esta fora uma câmara, no Centro Sul, que ele assumiu entre 2001 e 2017.

Este fiel de Emmanuel Macron, presidente da república, acabou por apresentar no início da semana a sua demissão por duas vezes ao chefe de Estado.

Uma demissão que Macron recusara, num primeiro tempo, acabando por ceder perante a insistência de Collomb.

Este tinha ultimamente tecido críticas à forma como a França estava a ser gerida por aquele que ele apoiara desde o início da sua candidatura.

Collomb citara a "falta de humildade" do inquilino do Palácio do Eliseu e denunciara também o seu suposto isolamento.

Na passagem de testemunho entre Collomb e Edouard Philippe esta manhã na sede do ministério do interior em Paris, na famosa Praça Beauvau, Collomb, sem olhar para o seu antigo superior, deixou uma série de recados.

"Quando cheguei as coisas não estavam necessariamente fáceis e tinhamos vivido há pouco uma revolta da polícia. Acho que hoje deixo simultaneamente um ministério apaziguado e um ministério que soube impulsionar uma série de reformas", afirmou o ex edil de Lyon.

Ele acabou por esboçar, também, um retrato sombrio de alguns bairros na periferia das cidades de Marselha, no Sul, Toulouse, no Sudoeste, ou dos subúrbios de Paris.

"Hoje é mais a lei do mais forte que prevalece, a dos narcotraficantes, dos islamitas radicais que ocuparam o lugar da república", afirmou Collomb.

Por seu lado o primeiro-ministro, Edouard Philippe, que na expectativa da nomeação de um sucessor a Gérard Collomb, acumula provisoriamente o cargo de ministro do interior, afirmou ter gostado de trabalhar com o seu colaborador.

Philippe alegou ter apreciado a grande cultura do seu ex colaborador e a sua forma directa de agir.

Esta foi uma passagem de testemunho marcada por alguma frieza, resta ao governo e a Emmanuel Macron encontrar ainda quem poderá suceder a Collomb.

Segundo o diário Le Parisien Gérald Darmanin, ministro das contas públicas, teria essa ambição e seria o candidato do primeiro-ministro.

O secretário de Estado das relações com o parlamento e patrão do LREM, partido presidencial, Christophe Castaner, é outro nome ventilado pelo jornal.

Uma publicação que alega, porém, que o candidato presidencial seria mais alguém como Jean-Yves Le Drian, antigo ministro da defesa sob a presidência anterior de François Hollande, mas que sempre recusara o cargo de ministro do interior.

A demissão de outro peso pesado do governo, Nicolas Hulot, da pasta da ecologia fragilizara já Emmanuel Macron.

O verão do presidente francês tinha sido marcado previamente pela polémica em torno do chamado "caso Benalla", um colaborador presidencial suspeito de abuso de autoridade à margem da manifestação do Dia do trabalhador, a 1 de Maio, em Paris.

 

 

 

 

 

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