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Japão/Acidente Nuclear

Estabilização da usina nuclear de Fukushima continua imprevisível

O trabalho de recuperação da central nuclear de Fukushima pode demorar ainda um mês, admitiu nesta sexta-feira a empresa Tepco (Tokyo Electric Power Co), responsável pela operação da usina. O tanque do reator 3 foi danificado, conforme informou hoje a empresa, e as barras de combustível em seu interior podem liberar urânio e plutônio altamente radioativos na atmosfera.

Sala de controle do reator 3, o mais danificado, na central nuclear de Fukushima.
Sala de controle do reator 3, o mais danificado, na central nuclear de Fukushima. Reuters
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O primeiro-ministro japonês, Naoto Kan, reconheceu hoje que a evolução dos trabalhos de resfriamento dos reatores da central nuclear de Fukushima continua "imprevisível". As autoridades japoneses pediram à operadora Tepco para melhorar as condições de trabalho dos seus técnicos após a confirmação, ontem, de que três deles, que estavam mal equipados, foram expostos a altos índices de radiação. Eles foram internados com queimadura nos pés. Os funcionários foram contaminados na quinta-feira por uma poça d'água fortemente radioativa durante intervenção em uma turbina por trás do reator 3. A poça d'água continha iodo, césio e cobalto com índices 10 mil vezes superiores ao normal.

Segundo a empresa, os técnicos não levaram em conta o alarme de seus aparelhos sobre as taxas de radioatividade e confundiram o sinal como um defeito do equipamento. A agência japonesa de segurança nuclear acusou a Tepco de não ter tomado as medidas necessárias para proteger seus funcionários que continuam o trabalho incansável para restabelecer a energia na central nuclear, a fim de acionar o sistema de resfriamento dos reatores e minimizar os efeitos da radiação não apenas no Japão mas também em outros países atingidos pela radioatividade.

O balanço oficial do governo japonês, embora provisório, indica que até esta sexta-feira estão confirmadas 10.035 mortes; 17.443 pessoas continuam desaparecidas.

Contaminação se estende a outras regiões

Pela primeira vez desde o terremoto de 11 de março, as autoridades japonesas identificaram um elevado grau de radiação em legumes produzidos na região de Tóquio. Até ontem, apenas as regiões agrícolas do norte e noroeste do país tinham apresentado problemas.

Dois japoneses que desembarcaram na manhã desta sexta-feira em Wuxi, na China, em voo vindo de Tóquio, foram hospitalizados porque apresentaram um índice de radioatividade alto e considerado grave pelas autoridades chinesas. Os dois homens moravam a uma distância de até 350 km da central nuclear de Fukushima. Os dois japoneses foram internados em um hospital de Suzhou. Eles tiveram suas bagagens e roupas destruídas. Segundo um médico ouvido pela agência de notícias AFP, os dois japoneses passaram por exames e foram liberados após tratamento.

A China também informou que um navio comercial vindo do Japão, que atracou no sudeste do país, apresentou uma taxa anormal de radioatividade e está em quarentena. Não há informações sobre a carga transportada pelo navio.

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