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Mundo Árabe

Monarquias do Golfo não acreditam que Irã fechará Estreito de Ormuz

A notícia do pré-acordo da União Europeia sobre o embargo do petróleo iraniano é destaque hoje na imprensa do Golfo Pérsico. As monarquias da região acompanham de perto as recentes ameaças entre os Estados Unidos e o Irã, mas até agora não emitiram declarações oficiais sobre o assunto.

Pelo Estreito de Ormuz transitam 40% do petróleo mundial.
Pelo Estreito de Ormuz transitam 40% do petróleo mundial. RFI
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Karina Hermesindo, correspondente da RFI em Abu Dhabi

Desde o início das ameaças do Irã de fechar o Estreito de Ormuz, nenhum monarca do Golfo Pérsico fez declarações sobre o assunto. Por enquanto, as monarquias preferem evitar o confronto direto com o Irã pela mídia. O silêncio é uma estratégia dos árabes para não alimentar mais polêmicas e, no fundo, as monarquias acreditam que dificilmente o Irã fechará  o Estreito, pois isso estrangularia a sua própria economia. Se o Irã cumprir sua ameaça e fechar realmente o Estreito de Ormuz, por onde passam 40% do petróleo consumido no mundo, as monarquias serão as principais prejudicadas, o que poderia causar um confronto direto com o país persa.

Um dos jornais mais importantes do Golfo, The National, traz no editorial um artigo sobre os recentes conflitos entre Estados Unidos e Irã e diz que a estratégia americana de enfraquecer a economia do país persa já está dando resultados. Com os novos embargos americanos, nesta semana a moeda iraniana já perdeu 12% do seu valor. O artigo também diz que a última coisa que o governo de Obama quer é declarar guerra ao Irã, mas que isso não significa que não o fará.. Quanto ao Irã,,  também tende a evitar a guerra a todo custo, mas deve  se manter firme quanto ao direito de enriquecer urânio.  The National não descarta uma guerra, já que os dois países andam falhando na diplomacia.

Outra aposta das monarquias do Golfo é a impopularidade do regime de Teerã. Eles não estão de acordo com as ameaças do governo que tem prejudicado muito os negócios, provocando embargos e sanções ao povo.

Apesar da tensa relação entre o Irã e os países árabes do Golfo, eles sempre mantiveram bons laços comerciais e vistosde entrada eram concedidos com facilidade a iranianos. Mas isso mudou nos últimos tempos. Nos Emirados Árabes, por exemplo, foram suspensos os vistos temporários que o governo concedia a comerciantes iranianos, que circulavam no país livremente para vender suas mercadorias, já que em Abu Dhabi há um famoso mercado persa. Hoje, porém, este mercado está praticamente abandonado, devido às sanções comerciais impostas pelos árabes.

 

 

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