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França/Eleições

Sarkozy promete reequilibrar orçamento da França até 2016

O presidente-candidato Nicolas Sarkozy promete reequilibrar as finanças públicas da França em 2016 e prevê mesmo um excedente de 0,5% do PIB em 2017, de acordo com o seu programa de governo anunciado nesta quinta-feira, em Paris. Segundo Sarkozy, que disputa a reeleição, todas as propostas contidas no documento entitulado “carta aos franceses” estão focadas no objetivo “absolutamento imperativo” de controlar o déficit do governo nos próximos 4 anos.

O presidente candidato Nicolas Sarkozy, durante entrevista coletiva nesta quinta-feira, 05 de abril, para apresetnar seu programa de governo.
O presidente candidato Nicolas Sarkozy, durante entrevista coletiva nesta quinta-feira, 05 de abril, para apresetnar seu programa de governo. Reprodução / TV
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No programa, o presidente detalhou sua intenção de reduzir o déficit, que foi de 5,2% em 2011, de maneira progressiva até chegar ao equilíbrio em 2016. A projeção tem como base uma previsão contínua do crescimento do PIB que será de 0,7% em 2012 e atingirá 2% em 2016.

Para atingir essa meta, Sarkozy promete encaminhar para votação ainda este ano a chamada “regra de ouro”, uma proposta que inscreve na Constituição do país a obrigação de o governo equilibrar seu orçamento, ou seja, o estado só deve gastar o que arrecada.

A redução do déficit é um dos principais pontos da carta que o presidente vai enviar aos eleitores franceses em uma grande operação que começa nesta sexta-feira e prossegué até o dia 22 de abril, data do primeiro turno das eleições presidenciais,

Na carta de 36 páginas, Sarkozy escreve de próprio punho seu “amor pela França”. Seis milhões de exemplares serão distribuídos aos eleitores pelos políticos eleitos de seu partido, UMP, e de outros que formam a base de governo.

Segundo sua equipe de campanha, a operação visa uma “mobilização de porta em porta” e prevê a distribuição da carta nas caixas de correios de 650 mil franceses que moram em áreas rurais ou em cidades onde não existe internet em banda larga. Os eleitores também terão acesso ao documento através da rede mundial de computadores.

Reformas

Ao defender seu programa para um segundo mandato de 5 anos, Sarkozy lembrou que as reformas feitas no sistema de aposentadorias do país permitiram ao governo economizar 22 bilhões de euros e por isso, prometeu antecipar o pagamento de pensões do dia 8 ao dia 1° de cada mês, a partir de julho.

A medida, segundo Sarkozy, vai evitar  que os aposentados em situação precária comecem o mês já endividados.

Durante entrevista coletiva à imprensa para detalhar seu programa, Sarkozy aproveitou para criticar as propostas do candidato socialista François Hollande que pretende contratar mais 60 mil pessoas para o funcionalismo público e voltar a propor a aposentadoria aos 60 anos de idade para os franceses.

“O Partido Socialista propõe um festival de novas despesas, mas ninguém sabe como financiar”, atacou o presidente. Para Sarkozy, a França foi um dos últimos países europeus a promover a reforma na aposentadoria e voltar atrás no aumento da contribuição para o sistema seria como “negar a crise” e desrespeitar os franceses.

O candidato também anunciou que, se reeleito, irá pedir um congelamento da contribuição da França ao orçamento da União Europeia, o que faria o país economizar 600 milhões de euros por ano. O governo francês é o segundo maior contribuinte para o orçamento do bloco com 19 bilhões de euros por ano, apenas atrás da Alemanha.

Desemprego

Outro anúncio feito pelo presidente-candidato foi sua intenção de suprimir as deduções fiscais de empresas que decidirem deixar de investir na Europa para se instalarem em outras regiões do mundo.

“Eu vou propor uma supressão da possibilidade de redução dos impostos dos investimentos das empresas que se comprometerem a produzir fora da Europa”, disse Sarkozy.

Questionado sobre o desemprego que poderá chegar a 10% este ano, Sarkozy afirmou que a França enfrentou melhor a crise do que outros parceiros europeus. “O desemprego foi o que menos aumentou entre os países europeus, com excessão da Alemanha”, disse Sarkozy acrescentando que muitos países europeus estão a "beira do precipício".

Sarkozy adiantou também que pretende reduzir em 10% o número de parlamentares na França e anunciou que as cidades com menos de 30 mil habitantes no país terão que fazer economias e cortas despesas como o governo.

O presidente-candidato voltou a defender o combate firme contra o extremismo no país, em alusão às operações contra os radicais islâmicos desencadeada após os dramas de Toulouse e Montauban que deixaram sete mortos. “Nenhuma ideologia de ódio deve ser tolerada no nosso país”, escreveu Sarkozy a carta aos franceses. Ele também prometeu controlar melhor a imigração. “ Decidir quem deve se instalar no nosso território é um questão de soberania”, disse Sarkozy.


 

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