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Síria/cessar-fogo

Ataques seguem na Síria enquanto Annan vai à Rússia pelo cessar-fogo

A violência continua neste sábado na Síria, apesar da pressão do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas e da União Europeia por um cessar-fogo. O enviado especial das Nações Unidas e da Liga Árabe, Kofi Annan, estará neste domingo em Moscou, com o objetivo de persuadir as autoridades russas a abrir um diálogo político sobre a crise síria, e deve viajar na próxima terça-feira à China – uma outra aliada tradicional do regime de Bashar Al-Assad.

O enviado especial das Nações Unidas e da Liga Árabe, Kofi Annan, quer convencer Rússia e China a apoiar o cessar-fogo na Síria.
O enviado especial das Nações Unidas e da Liga Árabe, Kofi Annan, quer convencer Rússia e China a apoiar o cessar-fogo na Síria. REUTERS/Denis Balibouse
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“O mais importante é convencer a oposição síria de negociar com as autoridades e encontrar uma saída pacífica. Nós queremos chegar ao cessar-fogo e ao fim da violência no país, mas isso será dificilmente aplicado enquanto houver uma ajuda armada estrangeira e um apoio político à oposição”, informa um comunicado divulgado neste sábado pelo Kremlim.

Longe dos círculos diplomáticos, as forças de de Bashar Al-Assad deram sequência ao confronto e aos bombardeios contra a rebelião em Homs e em outras cidades do país, resultando na morte de ao menos 10 civis e quatro militares.

Segundo o Observatório Sírio pelos Direitos Humanos (OSDH), intensos ataques aconteceram na região de Sarakib, no noroeste do país. Forças rebeldes mataram ao menos uma pessoa e fizeram uma dezena de feridos. “Carros blindados atacam Sarakib, onde a artilharia está numa ação intensa”, contou uma testemunha por Skype para a agência de notícias France Presse. O OSDH estima que cerca de 60% dos habitantes foram obrigados a deixar a região devido aos confrontos entre forças do regime e rebeldes.

Uma outra fonte de Homs contou à agência de notícias Reuters que os bombardeios recomeçaram na manhã deste sábado. “Eles utilizam morteiros e tanques no centro antigo da cidade”, contou um habitante do bairro de Bab Sbaa. Segundo ele, muitos habitantes tiveram que deixar suas casas à procura de refúgio em outros lugares do país.

Em Koussaïr, na mesma região de Homs, tiros de armas pesadas mataram três civis. Na província de Deraa, próximo à Jordânia, um homem foi morto perto de uma barreira de segurança, onde militares atacam para vingar a morte de um colega. Três outros soldados foram mortos por insurgentes na província de Hassaka, no nordeste da Síria.

Em Damasco, as explosões diminuíram na manhã de hoje. Mas carros blindados circulam pela capital e atiradores de elite continuam a postos. Já em Kalal e Madiak, perto de Hama, o exército sírio registrou bombardeios. Militares tentam há duas semanas atacar esta cidade, mas encontram uma forte resistência das forças rebeldes.

Conselho Militar dissidente

O coronel Riad Assaad, chefe do grupo Exército sírio livre, composto por militares dissidentes, anunciou na noite desde sábado a criação de um Conselho Militar para se integrar ao grupo do general Moustapha Al-Cheikh, um dos mais altos oficiais desertores.

Da Turquia, Assaad falou por telefone que o Conselho “é um passo para garantir a unidade das tropas e das forças armadas da oposição”. Ele fez um apelo para que todos os soldados dissidentes se juntem à organização.

O anúncio precede uma reunião em Istambul das correntes políticas rebeldes que quer juntar todos os grupos divergentes.
 

 

 

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