Observadores da ONU devem chegar neste domingo a Damasco

No dia da chegada dos observadores das Nações Unidas à Síria, o regime de Bashar al-Assad anunciou que vai responder à escalada “histérica” dos rebeldes. Assad não reconhece a revolta popular e classifica os insurgentes de “terroristas”.

Fachada de prédios destruídos por tropas do governo sírio na cidade de Homs, segundo a oposição. REUTERS/Khaled Tellawi

Apesar do cessar-fogo estabelecido no último dia 12 de abril, as tropas de Bashar al-Assad continuam a atacar a oposição. Os bairros rebeldes da cidade de Homs foram violentamente bombardeados e quatro civis morreram. Para o governo, essa é apenas uma reação à crescente violência dos opositores.

“Paralelamente ao voto do Conselho de Segurança [autorizando] o envio de observadores internacionais, os grupos terroristas armados intensificaram de maneira histérica os ataques contra soldados e civis”, justifica o exército fiel ao regime. A agência oficial de notícias sírias também insiste na versão e diz que são os rebeldes que tentam sabotar o plano do emissário das Nações Unidas Kofi Annan.

Já a oposição acusa o governo de desrespeitar a trégua ao manter tanques e soldados nas cidades e a continuar os bombardeios e os disparos com armas de fogo contra civis. Logo após a aprovação da resolução da ONU que determina o envio de observadores não-armados para a Síria, seis representantes das Nações Unidas se prepararam para embarcar para Damasco onde eram esperados neste domingo.Um dos objetivos é monitorar o cumprimento do cessar-fogo.

O contingente total de observadores deve chegar a 250 pessoas que serão enviadas gradualmente para a Síria. A primeira missão do grupo é estabelecer uma espécie de « quartel-general » em Damasco para coordenar a operação que pretende, entre outras coisas, estabelecer o diálogo entre o governo e a oposição, explicou Kieran Dwyer, porta-voz do Departamento de Operações para a Manutenção da Paz da ONU