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Irã/Nuclear

Irã faz contraproposta nas negociações de Bagdá

O Irã fez uma contraproposta às grandes potências que participam das negociações sobre o programa nuclear iraniano em Bagdá. De acordo com um membro da delegação iraniana, as negociações devem se estender pela noite de quarta e quinta na capital iraquiana. Segundo esta mesma fonte, o Irã contestou cinco pontos na primeira rodada de negociações e disse que suas propostas são baseadas no Tratado de Não-Proliferação de armas nucleares, no princípio do "passo a passo" e na reciprocidade, acordadas na reunião que aconteceu em abril, em Istambul (Turquia). "Esperamos agora a resposta do outro lado na reunião desta noite". Por "outro lado", entenda-se o grupo conhecido por 5+1 (Estados Unidos, Rússia, China, França, Grã-Bretanha e Alemanha), além das Nações Unidas.

Líderes participam de reunião sobre programa nuclear iraniano, nesta quarta-feira, 23 de maio
Líderes participam de reunião sobre programa nuclear iraniano, nesta quarta-feira, 23 de maio REUTERS/Government Spokesman Office/Handout
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Uma das propostas discutidas em Bagdá é que o Irã envie seu urânio para ser enriquecido em outro país, em um formato parecido com o do acordo conseguido por Luís Inácio Lula da Silva, em 2010. Na época, o então presidente brasileiro mediou uma negociação entre Irã e Turquia, segundo a qual, Teerã enviaria urânio pouco enriquecido a Istambul e o receberia altamente enriquecido em troca.

Hoje em dia, não se fala mais em suspender por completo o programa nuclear iraniano, o que parece ser uma vitória para Teerã. O Irã também diz estar fazendo uma grande concessão ao prometer acesso dos inspetores da ONU a polêmica base de Parchin, localizada perto de Teerã. A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) da ONU suspeita que o local tenha sido usado para testes com bombas nucleares e pede desde o ano passado para realizar uma vistoria. O Irã nega a autorização, alegando que Parchin não é uma central nuclear, mas uma base militar. O impasse se arrastou durante meses, até que a AIEA anunciou na terça-feira, 22 de maio, que está muito próxima de um acordo sobre Parchin.

Analistas mais conservadores afirmam que a reunião de Bagdá só foi marcada porque as últimas sanções contra o Irã estão devastando a economia do país. Teerã, segundo eles, não tem altenativa ao retorno das negociações.

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