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Código Florestal

Em artigo no The Guardian, Fernando Meirelles pede veto ao Novo Código Florestal

O site francês Le Nouvel Observateur replicou, em francês, o artigo do cineasta brasileiro Fernando Meirelles publicado nesta sexta-feria pelo diário britânico The Guardian. No texto, Meirelles pede que a presidenta Dilma Rousseff vete integralmente o Novo Código Florestal, que ele chama de "catástrofe para o Brasil, para o mundo para o nosso futuro".

O cineasta Fernando Meirelles
O cineasta Fernando Meirelles REUTERS
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"Nunca a sobrevivência de tamanha extensão de floresta virgem dependeu tanto de uma só pessoa. Esta pessoa é a presidenta brasileira Dilma Rousseff". O diretor de "Jardineiro Fiel", "Cidade de Deus" e "Ensaio sobre a Cegueira" lembrou da conferência sobre o clima Rio+20, que acontece no Rio de Janeiro em junho e fez um prognóstico: "Se ela protocolar este Código Florestal, o Brasil perderá toda sua credibilidade como anfitrião". A aprovação "mancharia sua presidência" e "minaria a autoridade do Brasil nos fóruns mundiais". Um veto, por sua vez, conferiria à presidenta a imagem de defensora do meio ambiente no cenário internacional.

"Se promulgado", ele prossegue, "este código florestal daria carta branca aos exploradores florestais e agrícolas para destruir 77 milhões de hectares de florestas. Em breve, um território do tamanho da França e da Grã-Bretanha juntas pode ser vítima das motosserras!". Isso, de acordo com Meirelles, abriria a porta para a exploração de rios e florestas, e ameaçaria 70% das bacias hidrográficas brasileiras. "A cereja do bolo é que este Código anistia todas as pessoas condenadas por desmatamento ilegal".

Meirelles se pergunta por que Dilma Rousseff não se opôs imediatamente a este projeto de lei tão destrutivo. E responde: "os desmatadores estrangulam o Congresso e este poderoso lobby pressiona a presidenta, argumentando que a legislação atual barra o crescimento de suas atividades". Meirelles cita também outros lobbies, que dizem que as florestas devem ser convertidas em terras agrícolas para evitar a inflação de produtos alimentícios.

"Nenhum destes argumentos se sutenta", já que o excelente desempenho da agricultura brasileira na última década deriva de investimentos produtivos e não do desmatamento. E acusa o setor pecuário de ser tecnologicamente defasado: "No Brasil, 200 milhões de bovinos pastam em um superfície superior a 200 milhões de hectares".

O cineasta termina dizendo que o Brasil é considerado "um modelo de desenvolvimento do século 21. Neste momento decisivo, trata-se de definir que tipo de modelo o Brasil quer defender. Milhões de pessoas acompanharão atentamente o anúncio da decisão da presidenta. Esta decisão impactará o futuro de todos nós".

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