Jornais comentam plano do governo para reduzir déficit público
O novo orçamento da França para 2012, examinado pelo Parlamento nesta segunda-feira, é um dos temas em destaque nas manchetes dos jornais franceses. O projeto do governo socialista contém várias medidas de economia para diminuir o déficit público e prevê a arrecadação de mais de € 8 bilhões com novos impostos ou com a eliminação de privilégios fiscais.
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Le Figaro argumenta, em seu editorial de hoje, que se a França conseguir equilibrar suas contas graças aos impostos, essa aparente vitória será na verdade uma derrota. Isso porque seria uma solução provisória a um "problema contábil", sem enfrentar o problema fundamental, que é "o fardo da despesa pública". O jornal conservador critica o presidente François Hollande por não falar claramente sobre a situação econômica da França, como fazem Mariano Rajoy na Espanha e Mario Monti na Itália.
O diário econômico Les Echos aponta três questões difíceis que o presidente francês deve abordar nos próximos dias: as modificações nas regras fiscais para diminuir o déficit público, a gestão da crise na montadora Peugeot Citroën e a elaboração do orçamento para o ministério da Defesa, que provavelmente vai ter como consequência uma diminuição das ambições estratégicas francesas.
"Peugeot Citroën: A prova de fogo", diz a manchete de L'Humanité. "Para os dirigentes de Peugeot Citroën, era impensável lançar seu plano de reestruturação em plena campanha eleitoral. Foi o novo chefe de Estado que herdou essa bomba social", diz o jornal comunista, que publica uma pesquisa de opinião sobre qual deve ser a atitude do governo em relação ao corte de oito mil empregos anunciado pela montadora.
38% dos entrevistados afirmam que o governo deve garantir que todas as soluções do diálogo social sejam exploradas, enquanto 28% pensam que o Estado deve obrigar a direção da Peugeot a desistir dos cortes. Já 21% acham que o governo deve ajudar financeiramente o grupo para evitar a supressão de postos de trabalho e 14% dizem que o poder público não deve tomar nenhuma atitude, pois se trata de um caso que diz respeito ao setor privado.
"O que o Estado pode fazer pelos trabalhadores da Peugeot?", pergunta a manchete de La Croix. O diário católico lembra que o presidente François Hollande afirmou no último sábado que o Estado não deixará que a empresa faça o corte previsto de oito mil empregos.
Já Libération dedica sua primeira página a uma reportagem exclusiva realizada junto aos rebeldes sírios perto da fronteira com a Turquia, no norte do país."Encurralado, Bashar al-Assad continua pronto a sacrificar seu país para tentar salvar seu poder", acusa o jornal progressista.
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