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Síria/ Oposição

Conselho Nacional Sírio elege nova direção em Doha

O Conselho Nacional Sírio, principal coalizão de oposição ao regime de Bashar Al Assad no exílio, reunido em Doha, no Catar, elegeu uma nova direção na madrugada de quinta-feira, mas adiou para sexta-feira a escolha de seu presidente. A violência continua no país, onde 133 pessoas morreram na quarta-feira, segundo o Observatório sírio dos direitos humanos.

Riad Seif(à dir), ex-deputado no regime sírio e o chefe do Conselho Nacional Sírio, Abdel Basset Seyda, participam da cúpula do CNS em Doha
Riad Seif(à dir), ex-deputado no regime sírio e o chefe do Conselho Nacional Sírio, Abdel Basset Seyda, participam da cúpula do CNS em Doha REUTERS/Mohammed Dabbous
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O Conselho Nacional Sírio elegeu os 40 membros de sua nova direção na madrugada de hoje, em Doha, mas adiou para sexta-feira a escolha de seu presidente. O novo secretariado geral do Conselho terá uma forte presença de fundamentalistas islâmicos, e deve eleger o gabinete executivo de 11 membros que, posteriormente, indicará o sucessor do presidente Abdel Basset Seyda.

Segundo um porta-voz do Conselho, a eleição do novo chefe foi adiada porque quatro novos membros, representantes das mulheres e de minorias, devem se unir antes ao secretariado geral. As minorias étnicas como curdos e assírios são representados, mas nenhuma mulher faz parte até hoje.

 Violência em Damasco

Enquanto isso, violentos combates ocorrem desde a manhã de hoje em vários bairros de Damasco, onde a violência aumentou, segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos. Durante muito tempo poupada, a capital entrou na guerra entre as tropas do Exército regular e os rebeldes.

Uma unidade de elite, comandada por Maher Al Assad, irmão do presidente, tenta impedir os rebeldes de entrarem na cidade e de expulsá-los de seus redutos nas periferias sul e leste. Para impedir as infiltrações, as ligações entre a periferia foram cortadas por várias barragens.

Segundo uma forte dos serviços de segurança, Damasco foi dividida em oito partes, para que, em caso de ataque a um setor, ele possa ser isolado, resistir e ser reconquistado em seguida.

Durante a noite, aviões militares e tanques atacaram o noroeste de Alepo, no norte, onde tropas do governo e opositores se enfrentam há meses. Em Homs, no centro do país, dois civis morreram ontem.

O palácio presidencial de Bachar Al Assad foi alvo de tiros de canhão na quarta-feira. Apesar de não ter sido atingido o ataque demonstra a capacidade crescente dos rebeldes nos combates contra o regime.

Combates também foram registrados entre soldados e rebeldes perto do posto de fronteira de Rass al-Ain, próximo à Turquia. Vinte e seis pessoas foram mortas, das quais 10 eram rebeldes e outros 16 identificados como soldados leais ao presidente Bashar al-Assad. A imprensa turca divulgou, nesta quinta, que cinco turcos ficaram feridos, por causa dos conflitos. Eles estavam próximos ao posto de fronteira. A cidade de Rass al-ain é uma região majoritariamente habitada por curdos. A região é um dos dois postos de passagem para a Turquia ainda sob controle do regime. Os rebeldes controlam todos os outros pontos de fronteira. 

Ajuda humanitária

Um avião da Armênia, que transportava ajuda humanitária para a Síria, foi obrigado a pousar na Turquia nesta quinta-feira, para que sua carga fosse revistada.

A aeronave, um avião cargo Antonov-12 que ia de Erevan a Alepo, pousou no aeroporto de Erzurum, no leste da Turquia, onde passou por uma inspeção realizada por equipes policiais e militares. Uma fonte diplomática teria dito que era um “procedimento de rotina”, a companhia aérea da Armênia aceitou, dois dias antes, quando fez o pedido de autorização de sobrevoo do território turco, a possibilidade de um controle durante o trajeto.

A companhia declarou uma carga de 15 toneladas de alimentos, indicou a mesma fonte. As autoridades turcas já tinham feito este tipo de inspeção em aviões armênios que tinham como destino a Síria.

A intercepção, por aviões de caça turcos, de um avião de linha sírio que vinha da Rússia transportando passageiros russos, causou um breve desentendimento entre Ancara e Moscou. O primeiro-ministro turco Recep Tayyip Erdogan afirmou que o avião da Syrian Air transportava “munições” e equipamentos militares fornecidos pela Rússia. Damasco desmentiu categoricamente e Moscou disse que o avião carregava “material para estações radar” totalmente “legal”.

O precedente avião armênio, controlado pela Turquia, também transportava ajuda humanitária para Alepo, onde reside uma importante comunidade armênia. A Turquia e a Armênia não tem relações diplomáticas devido a divergências sobre o genocídio e deportações de armênios sob o império otomano, em 1915.
 

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