Obama anuncia medidas contra armas de fogo nos Estados Unidos

O presidente norte-americano anunciou nessa quarta-feira uma série de medidas para restringir o porte de armas de fogo no país. Além da proibição de pistolas semi-automáticas, Barack Obama pediu maior controle dos antecedentes criminais dos compradores. A iniciativa, que ainda deve ser aprovada pelo Congresso, tem como objetivo evitar episódios como o massacre na escola de Newtown, no mês passado, onde 26 pessoas morreram. O lobby pró-armas já declarou que as medidas não serão eficazes.

Barack Obama aplaudido pelo vice-presidente Joe Biden durante apresentação do projeto de luta contra as armas de fogo. REUTERS/Jason Reed

Pouco mais de um mês após o massacre de Newtown, o presidente Barack Obama apresentou 23 medidas visando restringir o acesso às armas de fogo nos Estados Unidos. O projeto foi elaborado pelo vice-presidente Joe Biden, que acompanhou o chefe da Casa Branca durante o anúncio do programa nessa quarta-feira.

Uma das iniciativas mais emblemáticas do projeto é a proibição das armas semi-automáticas e da venda de cartuchos de munição de grande capacidade. Obama também disse que é preciso reforçar o controle dos antecedentes criminais dos compradores de armas, além do aumentar a segurança nas escolas.

O projeto ainda deve ser aprovado pelo legislativo. "Para que as coisas avancem, o Congresso deve agir rapidamente. Por essa razão eu peço que eles aprovem algumas das propostas imediatamente”, enfatizou o presidente.

Mas apesar do tom incisivo, o chefe da Casa Branca sabe que o braço-de-ferro será difícil, já que o porte de armas, que é protegido pela Constituição norte-americana, conta com o apoio de boa parte da classe política e do lobby pró-armas. A National Rifle Association (NRA), principal organização do gênero, já se manifestou alegando que as medidas anunciadas pelo presidente são insuficientes. “Atacar as armas e ignorar as crianças não é a solução para a crise que enfrentamos”, declarou o grupo. Após o massacre de Newtown, o NRA, que tem cerca de quatro milhões de aderentes nos Estados Unidos, propôs que guardas armados fossem colocados diante de cada escola para evitar novos incidentes.

Obama também anunciou algumas medidas imediatas, aprovadas por decreto, sem passar pela validação legislativa, como o aumento do número de funcionários nas escolas para enfrentar situações de urgência. O programa do líder democrata é o mais ambicioso já apresentado pela Casa Branca nas últimas duas décadas. Atualmente, cerca de 300 milhões de armas de fogo circulam nos Estados Unidos, o equivalente a quase uma por habitante.