Franceses buscam trabalho no exterior para fugir da crise

Cresce o número dos expatriados da crise. Cada vez mais franceses procuram trabalho no exterior para fugir do marasmo da economia no país. Segundo um estudo publicado nesta quarta-feira, a cada ano 4% a mais de profissionais partem. Desde 2000, esse número aumentou em 60%.

Alta do desemprego na França leva franceses a saírem do país em busca de trabalho. Reuters/Flickr

Como os gregos e os espanhóis, cujas economias foram gravemente atingidas pela crise, os franceses agora buscam melhores condições de vida nos Estados Unidos, Canadá, Europa e também na Austrália, Tailândia ou nos Emirados Árabes Unidos. Entre os jovens da França recém-formados, 27% deles imaginam sua carreira no exterior. Cerca de 7% partem para continuar seus estudos em outros países, fazendo principalmente um mestrado como estratégia para se inserirem no novo mercado de trabalho.

Mesmo o número de aposentados que desejam sair da França cresceu. Com uma média de 1200 euros de aposentadoria por mês as condições de vida na região metropolitana de Paris são precárias, mas com esse recurso é possível viver confortavelmente em países como o Marrocos e a Tunísia, há apenas duas horas de voo do país.

No quarto trimestre do último ano, o desemprego na França ficou em 10,2 %, ou seja, 0,3% a mais que no trimestre precedente. Com o número de desempregados no país no nível mais alto desde 1997, a moral dos franceses chegou ao ponto mais baixo desde a eleição do presidente socialista François Hollande, em 2012. Ao todo, 75% das pessoas na França se dizem menos confiantes em relação ao futuro da economia, de acordo com dados da pesquisa encomendada pela revista Challenges e o canal de televisão BFM.
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