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Vaticano/ Papa

Papa diz que Claudio Hummes influenciou na escolha de nome

O novo papa Francisco defendeu uma Igreja “pobre para os pobres” durante um encontro com jornalistas neste sábado, no Vaticano. Ele também revelou que o cardeal brasileiro Dom Claudio Hummes o influenciou na escolha do nome Francisco, que segundo ele é um nome “da paz”. No domingo o papa celebra seu primeiro Ângelus e na terça-feira será celebrada a missa de inauguração do pontificado.

O papa Francisco durante o encontro com a imprensa neste sábado (16), no Vaticano.
O papa Francisco durante o encontro com a imprensa neste sábado (16), no Vaticano. REUTERS/Paul Hanna
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“Durante a eleição, eu estava ao lado do arcebispo de São Paulo, Claudio Hummes, um grande amigo (...) quando as coisas começaram a ficar perigosas, ele me reconfortou e quanto os votos chegaram a dois terços (necessário para ser eleito), ele me abraçou, me beijou e me disse, não se esqueça dos pobres”, disse o novo papa no auditório Paulo VI, próximo à Basílica de São Pedro, um lugar normalmente reservado às audiências gerais semanais do papa.

“Imediatamente, em relação com os pobres, eu pensei em Francisco de Assis, homem da pobreza, homem da paz”, disse ele se referindo ao santo que abdicou da riqueza da família para se dedicar aos pobres.

“Muitos disseram que eu deveria me chamar Adriano para ser um verdadeiro reformador, ou ainda Clemente, como vingança contra Clemente XIV que aboliu a Companhia de Jesus”, acrescentou com uma ponta de ironia o primeiro jesuíta a ocupar o cargo mais alto do Vaticano.

O papa convidou jornalistas e suas famílias para este encontro na manhã de hoje. Em 2005, Bento 16 convidou a imprensa, sem incluir membros das famílias. Durante o encontro, o papa Francisco não respondeu perguntas, mas fez um discurso e saudou um grupo que tinha sido sorteado.

“Os acontecimentos da Igreja são certamente mais complicados que os eventos políticos e econômicos (...) eles respondem a uma lógica que não pertence ao das coisas materiais. Por isso, não é fácil interpretá-los e comunicá-los a um público vasto e variado”, disse.

Ele também agradeceu os representantes da imprensa por seu trabalho depois da demissão de Bento 16. “Vocês tiveram muito trabalho, hein?”, disse sorrindo e foi aplaudido. O gesto de Francisco colheu frutos, já que jornalistas do mundo inteiro o adotaram de maneira incondicional como fizeram com o polonês Karol Wojtyla.

“A igreja existe para comunicar a verdade, a bondade e a beleza. Nós somos chamados todos, não para comunicar sobre nós mesmos, mas para comunicar esta tríade essencial”, disse.

Ditadura

O Vaticano teve que se explicar sobre as denúncias de passividade presumida de Jorge Bergoglio durante a ditadura militar na Argentina, quando ele era chefe dos jesuítas. O Vaticano afirma que as acusações são “caluniosas e difamatórias”, vindas de “elementos da esquerda anticlerical”.

Bergoglio foi acusado de não ter protegido dois jesuítas sequestrados na época, mas segundo o Vaticano, ele “fez muito para proteger” as pessoas ameaçadas durante a ditadura.

Sexta-feira, em Buenos Aires, Estela Carlotto, presidente da Associação das “Mães da Praça de maio”, criticou o papa por não ter falado das pessoas desaparecidas durante a ditadura argentina (mais de 30.000 entre 1976 e 1983).

Neste domingo o papa faz seu primeiro Ângelus na Praça São Pedro, e na terça-feira será a missa de inauguração do Pontificado na Basílica de São Pedro, em presença de chefes de Estado, de governo e de monarcas. Um milhão de pessoas são esperadas, segundo a prefeitura de Roma.

No próximo sábado o papa se encontra com Bento 16 em Castel Gandolfo, a residência de férias dos papas perto de Roma.
 

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