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Violência/Oriente Médio

Primeiro ministro do Iraque diz que guerra religiosa vem da Síria

O primeiro ministro iraquiano, Nuri al-Maliki, afirmou neste sábado que o conflito religioso em seu país vem da vizinha Síria. O sectarismo é "um mal que não pede autorização para passar de um país a outro", disse Al-Maliki, em alusão ao conflito do outro lado da fronteira, que opõe rebeldes de maioria sunita e o regime de Bashar al-Assad, membro da minoria alauíta. "Seu retorno ao Iraque não foi uma coincidência". Desde terça-feira, o país enfrenta uma onda de violência que já deixou mais de 200 mortos.

O primeiro ministro do Iraque discursa em Bagdá sobre a guerra sectária no país
O primeiro ministro do Iraque discursa em Bagdá sobre a guerra sectária no país REUTERS/Mohammed Ameen
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Ao mesmo tempo, a poderosa milícia Sahwa, paga pelo Estado para enfrentar a Al-Qaeda, ameaçou lançar uma guerra aos insurgentes comparável "aos piores momentos" que seguiram a invasão norte-americana em 2006. O comunicado, feito pelo líder da organização, Wissam al-Hardane, foi uma resposta ao assassinato de cinco soldados iraquianos em Al-Anbar (no oeste iraquiano). "Os ativistas têm 24 horas para nos entregar os assassinos. Se isso não for feito, não ficaremos de braços cruzados", garantiu o chefe da milícia que, em 2006, foi responsável pelo desmembramento da Al-Qaeda na mesma região.

Os ataques contra os soldados aconteceram perto de uma ocupação de manifestantes sunitas apoiada por homens armados que, há quatro meses, exige a saída de al-Maliki do poder. O grupo de soldados dirigia um veículo militar na região, quando foi abordado por homens armados. Eles abriram fogo, iniciando o tiroteio que matou quatro soldados e feriu um. Um outro ataque na mesma região causou a morte de mais um membro das forças armadas. De acordo com a polícia, mais cinco homens da Sahwa foram mortos ao sul de Tikrit (centro).

A onda de violência começou na terça-feira depois que as forças da segurança iraquianas entraram em conflito com manifestantes que protestavam contra o governo, próximo à localidade de Houweijah, no norte do país. O confronto resultou em 53 mortos e gerou mais revoltas em várias regiões do Iraque.

Desde dezembro, a minoria sunita pede a saída do Primeiro Ministro iraquiano Nuri Al-Maliki. O premiê, de origem xiita, etnia dominante no Iraque, é acusado pelos sunitas de abuso de poder e marginalização desta minoria. Entre 2006 e 2007, o país viveu uma onda de violência sem precedentes entre as duas etnias devido ao ataque ao santuário xiita de Samarra. O conflito deixou milhares de mortos.

 

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