Primeiro-ministro italiano recebe voto de confiança do Parlamento
O novo primeiro-ministro italiano, Enrico Letta, recebe nesta segunda-feira à tarde o voto de confiança das duas câmaras do Parlamento, após apresentar o programa de seu governo que tomou posse ontem. Há uma grande expectativa pelo discurso do premiê, especialmente por parte do mercado e dos parceiros europeus, ansiosos para saber se a economia italiana conseguirá sobreviver à recessão.
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O discurso de Enrico Letta deve prever a política econômica de seu governo, uma aliança inédita no país entre esquerda e direita, que foi formada após dois meses de impasse estabelecido a partir das eleições legislativas de fevereiro. Depois de seu pronunciamento, ele deve receber o voto de confiança do Parlamento.
Na manhã desta segunda-feira, a Bolsa de Milão abriu com alta de 1,68% - um sinal de confiança dos mercados na capacidade do novo governo. O diretor econômico do banco Unicredit confirma esse sentimento. Para ele, a administração de Letta “parece ser uma ótima notícia para a Itália” que “mostra uma mudança de geração”, disse, referindo à idade do premiê de 46 anos e que é um dos chefes de governo mais jovens da União Européia.
O Palácio de Montecitorio, onde Letta vai discursar, teve sua segurança reforçada, após o tiroteio que aconteceu neste domingo no Palácio Chigi, sede do Conselho, na mesma região do Palácio Presidencial do Quirinale, onde o tomava posse o novo governo. O desempregado Luigi Preiti, de 49 anos, da região da Calábria abriu fogo contra a polícia que fazia a segurança do local. Um dos dois policiais atingidos pelo disparos se encontra em estado grave. Uma mulher grávida também foi ferida no incidente.
O homem afirmou ter planejado o ataque sozinho e o definiu como “um gesto surpreendente em um dia importante”. Preiti será apresentado ao juiz nesta terça-feira, quando vai ter reiterada a acusação de tentativa de homicídio.
O recém-empossado ministro do Interior, Angelino Alfano, tratou de descartar ontem qualquer relação do ataque com a nova administração italiana. Já o prefeito de Roma avaliou que o autor ddo crime é “um louco, desequilibrado”. Mas a presidente da Câmara, Laura Boldrini disse que é necessário investigar a causa desse “desespero”, estimando que “a crise transforma as vítimas em executores”.
Coalizão esquerda-direita
Muitos analistas estão céticos com a coalizão de esquerda e direita formada por Letta. Os mais pessimistas dão seis meses de governo para o novo gabinete, enquanto os mais otimistas arriscam no máximo dois anos.
Ao aceitar como vice-primeiro-ministro e número dois do governo, Angelino Alfano, braço-direito de Silvio Barlusconi, o premiê pôs fim a uma crise que durava dois meses, mas deixa os defensores da ortodoxia econômica preocupados.
Para entrar no governo, o partido de Berlusconi, Povo da Liberdade, impôs condições consideradas perigosas para o saneamento das contas públicas, como o fim da taxa sobre bens imobiliários criada por Mario Monti. Outro motivo de preocupação é que Berlusconi aproveite esse retorno para limpar seu nome na justiça.
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