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Síria/ Estados Unidos

Sem decisão sobre a Síria, Obama defende ação militar limitada

O presidente americano Barack Obama disse nesta sexta-feira que ainda não chegou a uma decisão sobre a Síria, mas que se houver uma intervenção militar será limitada e sem o envio de tropas. Obama também afirmou que o uso de armas químicas é uma ameaça para a segurança nacional americana.

Barack Obama, disse nesta sexta-feira que não chegou a uma decisão sobre uma ação militar na Síria. Fot de 28 de agosto, no Capitóli, em Washington..
Barack Obama, disse nesta sexta-feira que não chegou a uma decisão sobre uma ação militar na Síria. Fot de 28 de agosto, no Capitóli, em Washington.. REUTERS/Jason Reed
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O presidente americano também criticou a impotência do Conselho de Segurança da ONU. Ele falou aos jornalistas na tarde de hoje, na Casa Branca e afirmou que o uso de armas químicas é “um desafio para o mundo inteiro”. “Este ataque ameaça interesses de segurança nacional”, completou mencionando também o perigo representado “para os aliados na região como Israel, Turquia e Jordânia”.

Ele também explicou que não tinha chegado a uma decisão final sobre as ações que poderiam ser tomadas para obrigar a Síria “a respeitar as regras”, mas que o Exército e sua equipe “examinam o conjunto de possibilidades”, afirmou. “Independente da conclusão, nós não pensamos em uma ação militar com tropas no terreno e uma campanha longa. Nós examinamos a possibilidade de uma ação limitada, curta”, disse.

Obama também condenou a impotência do Conselho de Segurança da ONU no caso sírio, onde a Rússia, aliada de Damasco, bloqueia toda iniciativa. O presidente pediu ao mundo que não fique “paralisado” diante da situação n Síria.

Segundo uma pesquisa publicada pela NBC nesta sexta-feira, 50% dos americanos é contra uma intervenção militar. Obama reconheceu que “nos Estados Unidos, na Grã Bretanha e em vários lugares do mundo, existe um certo cansaço” das operações militares, mencionando o Afeganistão e o Iraque.

“O mundo, em geral, está cansado da guerra. Os Estados Unidos acabam de atravessar uma década de guerra. Eu posso garantir que ninguém está mais cansado da guerra do que eu”, afirmou. “Mas é importante reconhecer que quando mais de mil pessoas são assassinadas, entre elas crianças inocentes, por armas que 98 ou 99% da humanidade acha que não devem ser utilizadas, mesmo em guerras, e não agimos, então nós passamos a mensagem de que as regras internacionais não querem dizer nada”.

Washington e Paris

No começo da noite, o Palácio do Eliseu publicou um comunicado em que o presidente francês, François Hollande, conjuntamente com Obama, pedia à comunidade internacional que envie uma “mensagem forte” a Bashar al Assad. O comunicado também afirmava que os chefes de Estado consideram o regime sírio responsável do “massacre químico” de 21 de agosto.

A missão da ONU enviada para investigar o uso de armas químicas anunciou hoje a conclusão de seus trabalhos na Síria e deve deixar o país neste sábado. Segundo Martin Nesirky, porta-voz das Nações Unidas, os inspetores devem entregar um relatório conclusivo rapidamente. O secretário-geral da ONU, Ban Ki Moon, acrescentou que está disposto a apresentar o relatório ao Conselho de Segurança neste fim de semana. O secretário-geral se reuniu hoje com embaixadores dos Estados Unidos, França, Grã Bretanha, China e Rússia.

Sem esperar a conclusão da ONU, os Estados Unidos afirmaram hoje terem "grande certeza" que o regime sírio foi o responsável pelos ataques com armas químicas. De acordo com um relatório da Inteligência americana publicado pela Casa Branca, também seria improvável que os ataques tivessem sido cometidos por rebeldes. Segundo o relatório 1.429 pessoas morreram, entre elas 426 crianças.

Com base no documento, o secretário de estado americano, John Kerry, insistiu que, independente de como seja a intervenção na Síria, ela será diferente das anteriores. “Não vamos seguir os exemplos do Afeganistão, Síria, Iraque ou Líbia. Não vamos enviar tropas no terreno. Será uma guerra limitada no tempo e não vamos assumir responsabilidades por uma guerra civil que já está se configurando”, disse Kerry.

O ministério sírio de Relações Exteriores respondeu às acusações americanas e disse que as “provas” dos Estados Unidos contra o regime sírio “são mentiras”. “São apenas histórias difundidas por terroristas”, declarou o ministério em um comunicado lido na televisão oficial síria.

 

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