Mandela e sorteio da Copa dominam jornais franceses

Os jornais franceses prestam homenagem a Nelson Mandela, com reportagens especiais. O sorteio da Copa é visto como um presente para a França. Outro destaque é a tensão extrema em Bangui, República Centro-Africana.

Jornais franceses destacam homenagens mundiais a Nelson Mandela. RFI

“Quando vivo, era uma lenda, um ícone, um mito”, assim começa o editorial do Libération, de esquerda. Segundo o jornal, Mandela tinha a rara capacidade de alguns homens “para escrever a história”, sempre em torno de um objetivo número um: “abolir o abominável regime do apartheid, esse racismo de Estado feroz, militarizado, que destinava os negros a serem inferiores aos brancos por toda a eternidade”. E Mandela conseguiu mudar o curso da história.

O jornal Aujourd’hui en France fala sobre as repercussões da morte do líder, desde os sul-africanos em frente da casa do primeiro presidente negro da África do Sul, de alunos do colégio Nelson Mandela, na periferia carente de Paris, e de líderes internacionais.

Já o Figaro, de direita, relata que a morte de Madiba dominou o encontro para a paz e a segurança na África, promovido pelo governo francês em Paris. “O mundo está de luto”, declarou François Hollande, no discurso de abertura do evento.

O jornal esportivo l’Equipe comemora o sorteio das chaves para a Copa do Mundo, que aconteceu na Costa do Sauípe, na Bahia. Mas alerta: “é preciso ser digno dessa sorte”. Segundo o jornal, o grupo E, no qual a França terá como adversários a Suíca, o Equador e Honduras é o “mais tranquilo, ou quase, que poderia se imaginar”.

Os jornais franceses também falam da situação explosiva em Bangui, onde a França acaba de iniciar uma ofensiva na República Centro-Africana, envolta numa confusa guerra de milícias rivais. “Duas facções que se destroem”, diz o Aujurd’hui en France. O Figaro diz que “o destacamento das forças francesas é lento demais para acabar com os massacres”.