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Ucrânia/Crise política

Jornais abordam internacionalização do conflito ucraniano

A crise política na Ucrânia ainda ocupa as primeiras páginas dos jornais franceses nesta sexta-feira (28), sobretudo agora que a situação corre o risco de se tornar um conflito internacional opondo russos e ocidentais.

Capas dos jornais franceses desta sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014.
Capas dos jornais franceses desta sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014.
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Le Figaro alerta em seu editorial que a revolução ucraniana "atravessa uma área de forte turbulência que exige a mobilização urgente de toda a comunidade internacional".

O jornal conservador lembra que o presidente russo, Vladimir Putin, já havia utilizado a população russófona vivendo na Ossétia do Sul para invadir essa província separatista da Geórgia em 2008. Mas na época, diz Le Figaro, a intervenção do ex-presidente francês Nicolas Sarkozy permitiu evitar a queda do governo georgiano.

Na Crimeia, a diplomacia deveria preceder os tanques de guerra, continua o diário. Próximo da oposição de direita, o jornal aproveita para cutucar o presidente socialista François Hollande, dizendo que, diante do risco de balcanização da Ucrânia, ele deveria aprender com as lições de Sarkozy.

Solidariedade

La Croix diz em seu editorial que "os europeus não podem deixar de responder ao apelo que lhes é lançado" pelos ucranianos. "Mesmo que a opinião pública, preocupada com as dificuldades econômicas, não esteja com pressa de acolher uma Ucrânia fraca e ajudar um país à beira da falência", diz o jornal católico.

La Croix insiste que os europeus têm a responsabilidade de ser solidários com os povos "em busca de democracia e liberdade". "Assim como é a responsabilidade da Rússia compreender que a paz da região passa pelo apoio, compartilhado com a União Europeia, ao povo ucraniano, e não a dirigentes às suas ordens", conclui o diário.

Dramatização

"Moscou empurra a Crimeia contra Kiev" é o título da reportagem de Libération sobre a crise ucraniana. A enviada especial do jornal de esquerda à capital ucraniana afirma que "por enquanto as manobras russas são uma estratégia de dramatização cujo objetivo é intimidar Kiev, enviar uma mensagem às diplomacias americana e europeias e apoiar a contestação pró-russa".

Os especialistas entrevistados dizem que a posição de Moscou ainda não está claramente definida, mas que Putin coloca lenha na fogueira sob o pretexto de proteger os interesses da minoria de etnia russa. E deixa, assim, a porta aberta para poder se apresentar no momento certo como o protetor da unidade e integridade da Ucrânia.

L'Humanité parece ter pouca confiança no novo governo ucraniano. O enviado especial do jornal comunista à Ucrânia afirma que o partido de Iúlia Timochenko tomou conta do movimento que levou à queda do ex-presidente Viktor Yanukovich, estabelecendo um governo de tecnocratas liberais e fazendo da extrema-direita uma força parlamentar legítima.

L'Humanité também se preocupa com a receita preconizada pelo novo primeiro-ministro, que citou "medidas impopulares" como a redução de programas sociais e das subvenções e corte de gastos.

 

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