Guiné-Bissau: Função Pública de novo em greve
Na Guiné-Bissau os trabalhadores da função pública entraram em greve nesta segunda-feira, 4 de janeiro e até sexta-feira, para exigir o cumprimento dos acordos rubricados com o Governo em novembro de 2019. Saúde, educação e impostos são os sectores mais afectados.
Publicado a: Modificado a:
A União Nacional dos Trabalhadores - UNTG - Central Sindical é quem lidera a greve que afecta particularmente os setores da saúde, educação e os Impostos.
O secretário-geral da UNTG, Júlio Mendonça, disse que os sindicatos estão cansados de promessas não cumpridas por parte do Governo, pois no final do ano passado, o Governo rubricou uma série de memorandos com os sindicatos, em como ia pagar salários em atraso a vários funcionários públicos, alguns com dívidas desde 2003, que iria repor alguns subsídios retirados aos professores e exonerar da Função Pública, funcionários que teriam entrado sem concurso público.
"...infelizmente o Governo não se dignou cumprir os compromissos que assumiu para com a Central Sindical, assim também não se dignou a agir em conformidade com o princípio da legalidade, que ele se auto-proclamou ser o primeiro a defender. Essa é uma das razões que nos motivou a concretizar o pré-aviso de greve, que já tinhamos apresentado no final do ano".
Júlio Mendonça disse que o Governo não só não cumpre os compromissos, como viola as leis do país, nomeadamente quando alguns ministros bloqueiam salários de funcionários que fazem greves.
O secretário-geral da UNTG aponta o dedo acusador ao ministro das Finanças, João Fadiá.
O sindicalista acusa ainda o Governo de ter aumentado cinco novos impostos no Orçamento Geral do Estado deste ano, sem que tenha aumentado primeiro os salários na Função Pública.
Mussá Baldé, correspondente em Bissau 4/01/2021
A UNTG reivindica a revogação de todos os despachos ilegais promovidos por diferentes ministros relativos à contratação dos funcionários públicos, bem como o cumprimento da lei de contratação na Função Pública.
Segundo o secretário-geral da UNTG, uma comissão criada, pelo próprio Governo, já fez o trabalho de levantamento exaustivo de todas as violações legais e recomendações, mas nada foi cumprido.
NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.
Me registro