Reunião do Conselho de Estado da Guiné-Bissau em atmosfera de crispação

Realizou-se esta quarta-feira a reunião do Conselho de Estado convocada pelo Chefe de Estado, um encontro durante o qual foi abordada a situação política e social do país num momento em que o dossier da revisão constitucional continua a gerar controvérsia e igualmente numa altura em que emergiram desacordos entre o Presidente da República e o chefe do governo, ao ponto de Umaro Sissoco Embaló declarar há dias que "se um dia não o quiser lá, demite-o".

O Presidente da República da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló em Paris no passado dia 15 de Outubro de 2021. © AFP - LUDOVIC MARIN

Desta reunião sobre a qual praticamente nada filtrou, esteve ausente o Primeiro-Ministro, segundo confirmou Delfim da Silva, porta-voz do órgão de consulta do Presidente da República que, ao ser questionado sobre o teor das discussões, escusou-se a qualquer comentário.

"Eu não posso revelar porque os conselheiros não podem emitir opiniões. O Presidente ouviu o parecer emitido por cada conselheiro, tomou nota e cabe só a ele decidir. Não posso nem sequer interpretar o que se passou lá dentro, menos revelar ainda a posição de cada conselheiro de Estado" declarou Delfim da Silva ao confirmar que Umaro Sissoco Embaló "queria ouvir (os conselheiros) sobre a situação social e política do país."

Ao evocar quem participou nesta reunião, o porta-voz do Conselho de Estado disse ter notado uma falta. "O Primeiro-ministro não esteve presente. Também não esteve presente o presidente da Assembleia, mas esteve o vice-presidente da Assembleia", indicou sem outros pormenores Delfim da Silva numa curta comunicação à imprensa.

Delfim da Silva, porta-voz do Conselho de Estado guineense, em declarações recolhidas por Mussa Baldé

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Delfim da Silva, porta-voz do Conselho de Estado guineense, em declarações recolhidas por Mussa Baldé

O Conselho de Estado que é um órgão de consulta do Presidente da República é composto pelo presidente do parlamento, o presidente do Supremo Tribunal de Justiça, o primeiro-ministro, representantes dos partidos com assento parlamentar bem como cinco personalidades indigitadas pelo chefe de Estado. Sempre que solicitado pelo Presidente, este órgão cujos pareceres não são vinculativos, tem por missão aconselhar o chefe de Estado sobre questões políticas, institucionais e sociais do país.