Líderes religiosos guineenses preocupados com possível presença de extremistas
A questão da possibilidade de extremistas estarem a entrar na Guiné-Bissau preocupa os líderes religiosos de todas as confissões. Dos evangélicos aos muçulmanos, dos animistas aos católicos, todos têm lançado gritos de alerta: "É preciso ter cuidado com quem chega ao país em nome religião".
Publicado a: Modificado a:
Este fim-de-semana foi a vez de Kabiro Djaló, um clérigo muçulmano, falar em nome dos imãs da Guiné-Bissau lançando o alerta. Na sua óptica, há elementos extremistas a entrarem na Guiné-Bissau com promessas de dinheiro para angariar fiéis. No mesmo sentido, ao expressar-se durante a cerimónia de apresentação de cumprimentos de Ano Novo ao presidente do parlamento, Cipriano Cassamá, o Padre católico Domingos da Fonseca considerou que o Estado guineense parece fechar os olhos perante o que se passa.
Padre católico Domingos da Fonseca em declarações recolhidas pelo nosso correspondente em Bissau, Mussa Baldé
Tanto para Siradjo Bari, porta-voz dos dois conselhos islâmicos da Guiné-Bissau, como para o próprio Padre Domingos da Fonseca, há bastante tempo que são notórios "sinais que indicam a possibilidade" de pessoas ou entidades extremistas estarem a entrar no país sem que as autoridades tomem medidas. Ambos admitem também que o país possa estar a ser "inundado" de dinheiro de organizações extremistas para a compra de consciências.
Refira-se que no ano passado, um relatório da ONU tinha tecido advertências sobre a possibilidade de organizações como a Al-Qaeda no Magrebe Islâmico se expandir na Guiné-Bissau aproveitando-se da instabilidade vigente no país. Os autores desse documento tinham recordado a propósito desta questão que em Março de 2016 quatro indivíduos suspeitos de colaboração com organizações ligadas à Al-Qaeda, chegaram a ser detidos na Guiné-Bissau.
NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.
Me registro