ONG pede criação tribunal especial para julgar crimes em Cabo Delgado
O Fórum de Monitoria do Mecanismo de Revisão Periódica Universal dos Direitos Humanos das Nações Unidas em Moçambique insta ao governo a criação de um tribunal especial para a província de Cabo Delgado.
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Fórum de Monitoria do Mecanismo de Revisão Periódica Universal dos Direitos Humanos das Nações Unidas defende que só assim se pode garantir a justiça para os crimes cometidos pelos terroristas e pelas forças armadas.
A ONG pede a reposição da legalidade na actuação das forças estrangeiras do Ruanda e da SADC que estão em Moçambique a ajudar o país a combater o terrorismo.
"Temos uma situação recentemente reportada de 30 militares que estão em custódia e qual é a jurisdição para essa custódia ? Porque se diz que, supostamente, saquearam bancos, mas eles não saquearam bancos numa situação normal. Isto aconteceu num contexto de conflito", defende o director Executivo do Fórum de Monitoria do Mecanismo de Revisão Periódica Universal dos Direitos Humanos em Moçambique, Sousa Chele, instando ainda o governo a "salvaguardar os direitos humanos e do direito humanitário internacional, criando um tribunal especial, com urgência, para Cabo Delgado".
“Assim se evita que, por exemplo, ao se capturar um líder dos terroristas e ser julgado num tribunal comum, o advogado venha a defendê-lo com o argumento de que não é jurisdição própria”, referiu Sousa Chele.
Desde Julho, uma ofensiva das tropas governamentais, com o apoio do Ruanda a que se juntou depois a SADC, permitiu aumentar a segurança, recuperando várias zonas onde havia presença de rebeldes, nomeadamente a vila de Mocímboa da Praia, ocupada desde Agosto de 2020 por grupos radicais.
Diretor Executivo do Fórum de Monitoria do Mecanismo de Revisão Periódica Universal dos Direitos Humanos em Moçambique, Sousa Chele
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