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Moçambique

Ministro moçambicano da Defesa anuncia a morte de 12 insurrectos em Cabo Delgado

No âmbito da cerimónia de encerramento esta sexta-feira de cursos militares em Maputo, o novo ministro moçambicano da Defesa Cristóvão Chume evocou a situação em Cabo Delgado. Ao considerar que a zona norte do país ainda não está em paz, o governante fez um balanço positivo da acção das forças moçambicanas e aliadas que se encontram no terreno, dando conta de 12 baixas entre os insurgentes na zona de Nangade, naquela região nortenha.

Cristóvão Chume, ministro moçambicano da Defesa neste dia 19 de Novembro de 2021, em Maputo.
Cristóvão Chume, ministro moçambicano da Defesa neste dia 19 de Novembro de 2021, em Maputo. © LUSA
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“Nesta manhã fui informado de que em Nangade as nossas forças entraram em contacto com o inimigo, tendo colocado abaixo 12 elementos, incluindo também feridos e, na sequência, recuperámos algumas armas”, declarou Cristóvão Chume neste que foi o seu primeiro compromisso público desde que foi nomeado para o cargo no passado dia 11 de Novembro.

Ao considerar que os resultados alcançados no combate comprovam que as forças conjuntas, do Ruanda e da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), “estão passo a passo a acompanhar o movimento do inimigo”, o governante não deixou contudo de realçar que "não se está num estado de paz total. Cabo Delgado ainda se constitui naquela área como uma zona de operações militares (...) mas não na mesma dimensão em que se esteve no primeiro semestre deste ano e no início deste segundo semestre".

Ministro moçambicano da Defesa, Cristóvão Chume, em declarações recolhidas pela agência Lusa
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Ministro moçambicano da Defesa, Cristóvão Chume, em declarações recolhidas pela agência Lusa

Em declarações à imprensa, o governante expressou ainda a sua preocupação relativamente a pequenos grupos de insurgentes que continuam activos em certas zonas do extremo norte do país.“É aqui onde está a maior responsabilidade das nossas forças: conseguirem antecipar-se em relação às intenções do inimigo e temos vindo a conseguir isso”, referiu o titular do pelouro da defesa para quem "é preciso propor soluções estratégicas visando a robustez da nossa força para gestão da saída da missão da SADC e das forças de defesa do Ruanda”.

Estas declarações coincidem com a adopção em Bruxelas de uma medida de assistência de 40 milhões de Euros a Moçambique, de apoio às unidades militares moçambicanas formadas pela missão de formação da UE em Moçambique. De acordo com o Conselho europeu, este novo envelope que complementa um apoio de 4 milhões de euros desbloqueados em Julho, é concedido ao abrigo do Mecanismo Europeu de Apoio à Paz, vai contribuir para que as forças moçambicanas conduzam operações de segurança em Cabo Delgado.

“A medida de assistência irá, em particular, fornecer equipamento adequado e não letal para reforçar as capacidades das primeiras forças militares moçambicanas a beneficiar da formação da EUTM Moçambique. Tal inclui equipamento individual e colectivo, meios de mobilidade terrestre, ferramentas técnicas e um hospital de campanha”, indica em comunicado o Conselho Europeu.

De referir que foi lançada oficialmente no começo deste mês a missão militar da União Europeia em Moçambique, cuja tarefa prevista para durar dois anos consiste em oferecer treino ao exército moçambicano no âmbito da luta contra os insurgentes em Cabo Delgado no norte de Moçambique.

Desde Outubro de 2017, altura em que começaram os ataques, mais de 3.100 pessoas foram mortas, segundo o projecto de registo de conflitos ACLED, o governo moçambicano tendo por seu turno contabilizado mais de 817 mil deslocados.

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