Oposição moçambicana céptica perante o veredicto do caso das 'dívidas ocultas'
Os partidos da oposição, Renamo e MDM, reagiram com reprovação à sentença atribuída aos 11 condenados pelo seu envolvimento no caso das 'dívidas ocultas'. O Tribunal condenou ontem 11 dos 19 réus a penas de prisão que variam entre 10 e 12 anos, sendo que 8 foram absolvidos.
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Este veredicto do qual os advogados de defesa de boa parte dos réus anunciaram que vão recorrer, não deixa de suscitar reacções noutros quadrantes, nomeadamente na esfera política, com a oposição a dar conta de alguma decepção.
O principal partido da oposição não entende a pena atribuída a cada um dos 19 réus inicialmente envolvidos no caso das dívidas ocultas manifesta, Arnaldo Chalaua, porta-voz da bancada da Renamo. "Não faz sentido olhando para aquilo que nós chamamos de cúmulo das penas de todos eles mas a pena relativamente alta não cabe 12 anos ", considera este responsável político.
Fernando Bismarque, porta-voz da bancada do MDM julga que as penas aplicadas e as multas goraram as expectativas ."Estão longe da expectativa gerada com o espectáculo que foi o próprio julgamento. Portanto, são multas irrisórias", diz Fernando Bismarque.
Enquanto isso, Feliz Sílvia, porta-voz da bancada da Frelimo, na maioria, considera que fez se justiça. "A nossa administração da justiça agiu dentro dos parâmetros da legalidade e dentro daquilo que pode ser feito de acordo com a legislação disponível", considerou este membro do partido no poder.
Recorde-se que o tribunal judicial da cidade de Maputo condenou a penas que variam de 10 a 12 anos de prisão 11 dos 19 réus envolvidos no maior escândalo de corrupção na história de Moçambique e em que o Estado ficou lesado em mais de 2 mil milhões de dólares. Oito réus foram absolvidos por falta de provas.
Alguns dos réus condenados neste caso são igualmente obrigados a pagar multas cujo valor máximo ascende a um pouco mais de 3 mil Euros, sendo que a justiça determinou igualmente a confiscação dos bens adquiridos com os valores correspondentes às 'dívidas ocultas, no intuito de compensar o prejuízo sofrido pelo Estado moçambicano.
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