Moçambicanos denunciam violência xenófoba na África do Sul
Transportadores moçambicanos equacionam novas rotas para chegar a Durban, no KwaZulu Natal, na África do Sul, passando por Essuatíni, a antiga Suazilândia. E isto por forma a evitar a fronteira da Ponta do Ouro, por viaturas moçambicanas terem sido alvo de ataques xenófobos já em território sul-africano.
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Carros incendiados e viajantes assustados têm pontuado as deslocações recentes à África do Sul de cidadãos moçambicanos.
A tal ponto que a chefe da diplomacia de Maputo, Verónica Macamo, admitiu na segunda, 30 de Janeiro, ser "complicada" a situação, alegando que os dois governos estariam a envidar esforços para acabar com a insegurança.
A província do KwaZulu Natal, no nordeste da África do Sul, junto à fronteira com Moçambique tem sido palco de incidentes violentos, incluindo incêndios de viaturas com matrícula moçambicana.
Pelo menos 6 veículos foram queimados na estrada R22 entre Hluluwe e Mbazwane, segundo um comunicado da polícia sul-africana citado pela agência noticiosa Lusa.
A crise económica, com muitos apagões, tem agudizado tensões, com relatos de ataques a moçambicanos que vêm a território sul-africano fazer compras, por exemplo.
A agência Lusa ouviu Mamad Bachir cujo carro foi incendiado no sábado por assaltantes. O moçambicano viajava com a esposa e três filhos entre os 6 e os 12 anos, no KwaZulu Natal, a mais de 90 kms depois da fronteira com Moçambique.
O grupo de 12 assaltantes armados teria queimado quatro viaturas que seguiam rumo à fronteira moçambicana e teriam, mesmo, prescindindo de recuperar os bens dos passageiros, alegando tratar-se de um "problema com o governo sul-africano".
A situação teria traumatizado os filhos de Mamad Bachir que agora têm medo de entrar num carro.
Mamad Bachir, testemunho à agência Lusa, 1/2/2023
Por outro lado os transportadores admitem ter medo em usar aquela zona de risco para chegar à cidade sul-africana de Durban e equacionam retomar a rota antiga de Essuatíni, a antiga Suazilândia, em alternativa.
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