Moçambique: Trabalho infantil preocupa as autoridades
Maputo – Moçambique duplicou, na última década, o número de crianças envolvidas nas piores formas de trabalho infantil. O alerta é da chefe do departamento de estudo e regulamentação no Ministério do Trabalho e Segurança Social.
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Moçambique tem registado um aumento exponencial de casos de criança envolvidas no trabalho infantil. O alerta é da chefe do departamento de estudo e regulamentação no Ministério do Trabalho e Segurança Social Amélia Manjate.
“Os números de trabalho infantil são um pouco gritantes. Até 2010 tínhamos cerca de 1 milhão e 200 crianças no trabalho infantil, mas de acordo com o senso realizado em 2017 e foi publicado no Atlas da Criança em 2020, o número duplicou e esse número em pouco espaço de tempo não é confortável para a nossa sociedade”, explicou.
A governante reconhece que o país conta com 2 milhões e quatrocentas mil crianças envolvidas nas piores formas de trabalho infantil, uma situação agravada pelas calamidades naturais e os conflitos armados.
“A questão das calamidades naturais, a questão dos conflitos armados, e uma das causas também são as causas socio-culturais, podemos falar dos hábitos e costumes das populações”, disse.
De acordo com dados oficiais, Tete, Nampula e Cabo Delgado são as províncias onde se registam o maior número de casos relacionados ao trabalho infantil.
Assinala-se esta segunda-feira, 12 de Junho, o Dia Mundial Contra o Trabalho Infantil sob o lema "Justiça social para todos. Acabe com o trabalho infantil!'. A data tem como objetivo impulsionar o combate à prática que afecta crianças em todo o mundo.
A Organização Internacional do Trabalho, OIT, defende a criação de uma Coligação Global por Justiça Social. A iniciativa pretende eliminar a prática do trabalho infantil, numa altura em que mais de 160 mil crianças são obrigadas a trabalhar.
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