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Israel/Palestinos

Obama pede que Abbas e Netanyahu não percam a oportunidade para selar a paz

Começam nesta quinta-feira em Washington as conversações diretas entre Israel e a Autoridade Palestina sobre o processo de paz no Oriente Médio. Às vésperas da retomada oficial dos diálogos, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, se reuniu separadamente com o líder da Autoridade Palestina, Mahmud Abbas, e o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu. A nova rodada de discussões contará com as presenças do presidente Hosni Mubarakd do Egito e do rei Abdullah II da Jordânia, países que têm relações diplomáticas com Israel.

Primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, e o presidente palestino, Mahmoud Abbas, durante evento sobre as negociações de paz no Oriente Médio, na Casa Branca.
Primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, e o presidente palestino, Mahmoud Abbas, durante evento sobre as negociações de paz no Oriente Médio, na Casa Branca. REUTERS
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De nossas correspondentes Cleide Klock, de Nova York, e Nathalia Watkins, de Jerusalém,

O presidente americano tenta fazer o que antecessores quiseram e não conseguiram – que Israel conviva lado a lado com um estado palestino democrático e independente. Para chegar a esse fim, pediu no encontro reservado com os principais protagonistas das discussões na quarta-feira para que eles sejam corajosos e façam concessões para avançar o processo de discussões.

Obama afirmou que teve progresso nas primeiras reuniões e durante à tarde condenou o assassinato, de quatro isralenses na Cisjordânia na terça-feira, assumido pelo grupo radical Hamas. O presidente dos Estados Unidos, disse que "extremistas" não vão atrapalhar a retomada das negociações de paz.

Durante à noite, pouco antes do jantar oferecido pela Casa Branca aos líderes, todos apareceram juntos, sentados lado-a-lado e Obama disse que "muito sangue já foi derramado, muitos corações já foram partidos e este momento de oportunidade pode não se repetir tão cedo”.

01:51

Cleide Klock, correspondente da RFI de Nova York

Esse primeiro dia foi marcado apenas com frases de efeito. Netanyahu chamou Abbas de "meu parceiro na paz" e prometeu acabar com os conflitos "de uma vez por todas". Já o presidente palestino, Mahmud Abbas, solicitou publicamente o congelamento de qualquer atividade de construção de colônias israelenses.

Mas esse deve ser um assunto para ser discutido nessa quinta-feira, quando todos sentarão com a Secretária de Estado Hillary Clinton para tentar, aí sim, negociar a partir das 10 horas da manhã em Washington (11 hs em Brasíla).

Diálogos sobre fronteiras, o status político de Jerusalém, as garantias de segurança para Israel e o direito de regresso dos refugiados palestinos estarão na pauta dessa retomada direta das negociações. Hillary ainda lembro que seu marido, o ex-presidente democrata Bill Clinton, também sentou-se com os líderes desses países para negociar – e não teve sucesso.

A meta de Obama - vista por muitos com ceticismo - é em 12 meses chegar à criação de um Estado palestino que conviva em paz com Israel. O encontro em Washington será o mais recente capítulo de um processo de paz que teve início em 1993 em Oslo, capital da Noruega. Na ocasião, os líder palestino Yasser Arafat e o primeiro-ministro de Israel, Yitzhak Rabin, selaram um acordo considerado histórico.

Pessimismo no Oriente Médio

Enquanto as conversas são retomadas em Washington, em Israel e nos territórios palestinos o clima é de tensão e pessimismo. Ramallah, na Cisjordânia, foi palco de um protesto contra a retomada das negociações, suspensas desde dezembro de 2008.

Nos arredores da cidade de Hebron, jovens israelenses queimaram campos e atiraram pedras contra palestinos em resposta ao ataque que matou na terça-feira quatro colonos perto da colônia de Kiriat Arba.

Em uma tentativa de prender os responsáveis pelo ataque, a Autoridade Palestina deteve mais de 300 militantes, pelo menos 150 ligados Hamas, grupo islâmico que reivindica a autoria do ataque. Nos assentamentos, a resposta é a retomada das construções. O conselho Yesha, que representa os colonos, decretou de forma unilateral o fim da moratória de 10 meses nas construções e tratores já podem ser vistos

01:21

Nathalia Watkins, correspondente da RFI de Jerusalém

construindo novas casas nas colônias.

O fim oficial do congelamento, previsto para o dia 26 de setembro, é tido como um dos principais obstáculos para as negociações diretas de paz. Segundo uma pesquisa de opinião do canal 10 da TV israelense, dois terços da população no país são a favor da retomada das construções na Cisjordânia de forma parcial ou total, e apenas 21% dos entrevistados desejam que a moratória seja prolongada.

Analistas israelenses acreditam que o atentado de terça-feira tenha sido o primeiro de uma série de ataques que o Hamas organizará na Cisjordânia como tentativa de minar o processo de paz.

 

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