Liberdade de imprensa melhora no Brasil e país sobe 13 pontos no ranking mundial
A ONG francesa Repórteres Sem Fronteiras lançou nesta quarta-feira, em Paris, seu relatório anual sobre a liberdade de imprensa. O Brasil ganhou 13 posições no ranking em relação ao levantamento do ano anterior, passando da 71ª para a 58ª posição, na classificação que abrange 178 países.
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Em entrevista à RFI, Benoît Hervieu, da seção Américas da ONG Repórteres Sem Fronteiras, destacou que o estudo foi feito antes da reta final da campanha eleitoral no Brasil e não levou em consideração os assassinatos recentes do radialista Francisco Gomes de Medeiros, da Rádio Caicó, no Rio Grande Norte, e do jornalista Wanderlei dos Reis, dono do jornal gratuito Popular News, de Ibitinga, no estado de São Paulo.
Benoît Hervieu, responsável da seção Américas da ONG Repórteres Sem Fronteiras em Paris.
Segundo Hervieu, a melhora do Brasil no ranking sobre a liberdade de imprensa se deve a uma diminuição do número de agressões graves contra jornalistas e de uma redução das penas impostas aos profissionais em processos relacionados com o exercício do jornalismo.
A ONG francesa nota um esforço das autoridades brasileiras em esclarecer crimes cometidos contra jornalistas. O paradoxo, segundo Hervieu, é que isso não impede a multiplicação de ações visando a imprensa, como a censura a jornais, um efeito perverso, segundo ele, da revogação da lei de imprensa no ano passado.
Ranking mundial de liberdade de imprensa da RSF
O grupo dos países mais repressivos do mundo está aumentando, alerta a Repórteres Sem Fronteiras, e alguns países da União Europeia continuam perdendo posições. “Mais do que nunca observavmos que desenvolvimento econômico, reformas institucionais e respeito dos direitos humanos não caminham sempre juntos”, lamentou o secretário-geral da RSF, Jean-François Julliard.
Os países que menos respeitam a liberdade de imprensa são Eritreia, o último colocado, seguido de Coreia do Norte e Turcomenistão. Entre os 10 piores países, onde a profissão de jornalista é mais ameaçada, estão ainda Irã, Birmânia, Síria, Sudão, China, Iêmen e Ruanda. Pela primeira vez desde a criação do ranking mundial em 2002, Cuba não faz parte dos dez últimos colocados e ocupa agora a 166ª posição.
No topo da lista, estão empatadas em primeiro lugar, Finlândia, Islândia, Holanda, Noruega, Suécia e Suíça. Entre os 27 países da União Europeia, a ONG francesa está preocupada com a situação de alguns países que como a França (44ª) e a Itália (49ª) que já estavam mal colocadas e perderam ainda posições na classificação 2010.
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