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Líbia/Protestos

França pede à União Europeia que adote sanções contra a Líbia

A União Europeia considerou inaceitáveis as ameaças do dirigente da Líbia, Muammar Kadafi, contra o seu próprio povo. Representantes dos 27 países do bloco se reúnem nesta quarta-feira para discutir possíveis ações contra o regime líbio. O Conselho de Segurança da ONU, reunido na terça, pediu o fim imediato da violência no país árabe.

Presidente francês, Nicolas Sarkozy, pede que União Europeia sancione a Líbia.
Presidente francês, Nicolas Sarkozy, pede que União Europeia sancione a Líbia. REUTERS/Regis Duvignau
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A comunidade internacional é unânime em condenar a onda de violência na Líbia, mas há menos consenso sobre a necessidade de sanções. Alguns estados europeus temem represálias a seus cidadãos ou um fluxo maciço de imigrantes, como Malta e Itália.

O ministro italiano das Relações Exteriores, Franco Fratini, disse nesta quarta-feira que, se o regime de Kadafi cair, entre 200 e 300 mil imigrantes podem fugir da Líbia em direção à Itália.

O presidente da França, Nicolas Sarkozy, pediu nesta quarta-feira à União Europeia que adote rapidamente sanções concretas contra a Líbia e suspenda suas relações comerciais, econômicas e financeiras com o país.

“Todos os que estão implicados nos atos de violência na Líbia devem assumir a consequência de seus atos”, afirmou Sarkozy, condenando a repressão “brutal e sangrenta”.

O bloco europeu se reúne nesta tarde para decidir se vai aplicar alguma punição ao regime de Kadafi.

A Itália está preocupada com a entrada de imigrantes líbios.

02:19

Paula Schmitt, correspondente da RFI em Roma

Após uma reunião de emergência, em Nova York, nesta terça-feira, o Conselho de Segurança das Nações Unidas emitiu uma mensagem exprimindo sua preocupação com a morte de centenas de manifestantes na Líbia. É a primeira vez que o grupo de 15 países membros se reúne para discutir a recente revolta no mundo árabe, no norte da África e no Oriente Médio.

Pelo menos 300 pessoas morreram no conflito líbio

O órgão máximo de decisões da ONU pediu que o ditador líbio, Muammar Kadafi, assuma sua responsabilidade pelos ocorridos e cumpra a obrigação de proteger a população, respeitando os direitos humanos. A violência cometida por autoridades da Líbia contra os manifestantes que se opõem ao regime foi condenada por unanimidade pelos membros do conselho. Um balanço oficial divulgado na terça-feira contabiliza 300 mortos, sendo 189 civis e 111 militares, mas organizações internacionais estimam que o número de vítimas fatais é bem maior.

Um diplomata, em entrevista à agência de notícias France Press, explicou que o caso da Líbia é diferente da Tunísia e do Egito, países que iniciaram as revoltas a favor da democracia e tiveram seus presidentes depostos, respectivamente, em 14 de janeiro e 11 de fevereiro.

“A situação de violência na Líbia é diferente, pois são usados mercenários contra os manifestantes”, disse o diplomata, que preferiu manter o anonimato.

Muitas autoridades da comunidade internacional já usam a palavra “genocídio” para qualificar o uso de armas e bombas contra a população líbia.

“O conselho está muito preocupado com a situação na Líbia e condena firmemente os atos de violência ali ocorridos", disse a embaixadora do Brasil na ONU, Maria Luiza Ribeiro Viotti, que ocupa a presidência rotativa do colegiado.

O pronunciamento feito nesta terça-feira pelo coronel Muammar Kadafi inquieta ainda mais a comunidade internacional. O líder líbio disse que não vai deixar o poder e prometeu continuar reprimindo com mais violência os manifestantes que pedem a queda do seu regime. Kadafi afirmou ainda que está disposto a morrer como mártir se for necessário e prometeu punir com a pena de morte os manifestantes que forem detidos durante os protestos.

Nesta quarta-feira, o ministro francês para Assuntos Europeus, Laurent Waquiez, qualificou o discurso de Kadafi de “amedrontador”. Segundo o ministro, as declarações do dirigente líbio são “violentas, ultrajantes e dão arrepios”.

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