Laurent Gbagbo está com os dias contados, diz ministro francês
O dirigente da Costa do Marfim, Laurent Gbagbo, está isolado e com os dias contados, segundo afirmou neste sábado o ministro francês das Relações Exteriores, Alain Juppé. Para a diplomacia francesa, a insistência de Gbagbo em se manter no poder já se tornou um ato "criminal".
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"Laurent Gbagbo vive seus últimos dias como chefe de estado, a pressão unânime que a comunidade internacional exerce sobre ele vai obrigá-lo a deixar o poder. E é isso é o que desejamos", disse o chefe da diplomacia francesa.
Juppé explicou, ainda, que segue a situação na Costa do Marfim de perto e que a França faz todo o esforço necessário para que o presidente eleito, Alassane Ouattara, possa se instalar no poder e colocar em prática uma política de "reconstrução nacional".
Neste sábado, a capital Abdijan foi novamente palco de violentos confrontos entre simpatizantes de Ouattara e tropas fieis ao presidente derrotado Laurent Gbagbo. Apesar das declarações de Alain Juppé, os simpatizantes de Gbagbo resistiam neste sábado aos ataques dos rivais.
Os soldados que apoiam o presidente eleito encontraram forte resistência na capital. Os combates, iniciados há 3 dias, se concentram, principalmente, nos últimos bastiões dos partidários de Laurent Gbagbo, ao redor do palácio presidencial e da RTI, a televisão de estado.
De acordo com a missão das Nações Unidas na Costa do Marfim, cerca de 330 pessoas teriam morrido entre a última segunda e quarta-feira em confrontos na cidade de Duékoué, oeste do país. Desse total, a maioria teria sio morta por forças fiéis à Ouattara. A Federação das Ligas dos Direitos Humanos estima em mais de 800 o número de vítimas fatais na região, desde novembro passado.
Ontem, os Estados Unidos pediram que Laurent Gbagbo deixe imediatamente o poder para evitar um aumento da violência no país. A Costa do Marfim mergulhou numa grave e violenta crise política desde as eleições de novembro de 2010.
No dia 2 de dezembro do ano passado, a Comissão Eleitoral do país anunciou a vitória de Ouattara, com 54,1% dos votos, mas o resultado foi rejeitado pelo Conselho Constitucional, controlado pelo presidente Gbago, que se recusa a deixar o poder.
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