Premiê japonês promete deixar o poder após resolver crise nuclear
O primeiro-ministro japonês Naoto Kan sobreviveu à moção conduzida nesta quinta-feira pela oposição, após as críticas feitas à sua gestão da catástrofe de Fukushima. Mas o chefe do governo prometeu deixar o poder assim que a crise nuclear no país for superada .
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A proposta de renúncia foi vista como a única manobra possível para que Naoto Kan continuasse no poder. Muito criticado pela gestão da catástrofe nuclear de Fukushima após o terremoto de 11 de março, o primeiro-ministro japonês, eleito há apenas um ano, já havia dito que iria convocar eleições legislativas antecipadas caso não conseguisse a maioria do parlamento na moção. Dos 479 deputados, o premiê conquistou 293 votos de confiança.
Diante da ameaça de rebelião de uma parte do Partido Democrata do Japão (PDJ), a legenda do poder, Kan conseguiu contornar a situação prometendo ceder seu cargo à nova geração política do país assim que conseguisse concluir a reconstrução das zonas devastadas pelo terremoto e o tsunami do mês de março. O primeiro-ministro estima poder entregar o cargo em meados do segundo semestre. Até lá, ele espera poder preparar um orçamento adicional para financiar a reconstrução das regiões destruídas.
O secretário-geral do PLD, Nobuteru Ishihara, ironizou as promessas do primeiro-ministro. “Ele (Naoto Kan) só faz declarações irresponsáveis. Nós já dissemos que o trabalho de reconstrução não pode avançar sob sua direção”, declarou. O analista político Naoto Nokaka, da universidade Gakushuin de Tóquio, acredita que o premiê deve deixar seu cargo até o final de setembro. “Diante das circunstâncias, é improvável que ele possa sobreviver no poder durante muito tempo. Enquanto o Senado estiver sob o controle da oposição, nenhuma lei será adotada”, lembrou o especialista.
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