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Terrorismo/Al Qaeda

Al Qaeda tinha problemas financeiros, revela Washington Post

Oussama Ben Laden, o líder da rede extremista Al Qaïda morto pelas tropas americanas em 2 de maio, estava preocupado, nos últimos momentos de sua vida, com o futuro da rede, revela o jornal americano Washington Post deste sábado.

Osama bin Laden e Ayman al-Zawahiri, novo líder da Al Qaeda.
Osama bin Laden e Ayman al-Zawahiri, novo líder da Al Qaeda.
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O jornal cita fontes que tiveram acesso às centenas de documentos descobertos na residência de Bin Laden em Abbottabad, onde ele foi morto no Paquistão. O líder extremista teria recebido cartas de integrantes da Al Qaeda que questionavam as ações, diante das difíceis consequências dos ataques contra os aviões teleguiados (drones) americanos. Os membros do grupo também demonstravam preocupação com a situação financeira da rede. Durante a operação que culminou na morte de Bin Laden, as tropas americanas confiscaram centenas de documentos e discos rígidos, que ainda estão sendo analisados pelos serviços secretos. O trabalho de decodificação de todas as informações ainda levará meses.

Ainda segundo o Washington Post, Bin Laden teria autorizado a criação de uma unidade de contra-espionagem para desmascarar os traidores e espiões dentro da Al Qaeda. O chefe designado para a direção teria reclamado do orçamento restrito, chegando a afirmar que essa guerra contra os espiões estava praticamente perdida. Outros documentos descobertos pelos americanos na invasão à residência de Bin Laden mostram que a organização acumulava problemas, mas o líder continuava obcecado pela ideia de dar continuidade a atentados contra o território americano, como o de 11 de setembro de 2001.

Outras correspondências revelam que Bin Laden entrou em contato com chefes do grupo no Iêmen, pouco meses antes do início dos movimentos de contestação no mundo árabe, dizendo que era cedo demais para tentar criar um estado islâmico no país. Ele também incita a organização a realizar sequestros de diplomatas para obter mais recursos financeiros, como a filial da rede no Magreb. O jornal ainda revela o conteúdo de algumas das cartas entre Ayman al-Zawahiri, que substituiu Bin Laden, e o líder. Nelas, eles deploram que o conflito entre a Al Qaïda e os Estados Unidos não é mais percebido como a bandeira de uma guerra religiosa. Ambos também questionam as mortes de civis no Iraque, vítimas de ataques de rebeldes extremistas, que poderiam criar divergências entre a Al Qaïda e o mundo muçulmano.
 

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