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Egito/Política

Pressão popular leva governo do Egito a nomear novos ministros

A posse dos novos ministros do governo egípcio, prevista para esta segunda-feira, foi adiada para terça, anunciou a televisão estatal. As mudanças do alto escalão são resultado de uma forte pressão popular nas ruas. Manifestantes continuam pedindo o julgamento do ex-ditador Hosni Mubarak, que não estaria em "coma profundo", como havia dito seu advogado.

O premiê egípcio, Essam Sharaf, (à direita) e o presidente da Comissão Europeia, Jose Manuel Barroso, no Cairo (14/07/2011).
O premiê egípcio, Essam Sharaf, (à direita) e o presidente da Comissão Europeia, Jose Manuel Barroso, no Cairo (14/07/2011). Reuters
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No total, 14 pastas do governo egípcio serão remanejadas e recebem novos ministros. A reformulação ministerial foi iniciada neste domingo pelo primeiro-ministro Essam Charaf para acalmar as críticas contra o governo de transição e o Exército por sua lentidão em aplicar as reformas prometidas.

A primeira medida foi a nomeação de Mohamed Amr como ministro das Relações Exteriores, para substituir Mohammed al-Orabi, que renunciou no sábado e era considerado um aliado do antigo regime.

Os novos assessores de Sharaf são Hazem Beblawi, professor de economia e ex-subsecretário da Comissão Econômica e Social da ONU para Ásia Ocidental, e Ali Al-Silmi, um membro influente do partido liberal Wafd. Beblawi supervisionará a política econômica no novo governo e Al-Silmi se encarregará das questões relacionadas à transição democrática.

Os ministérios do Interior, Cultura, Justiça, Educação e Turismo não devem sofrer mudanças.

Manifestantes que continuam acampando na Praça Tahrir, no Cairo, aumentaram nos últimos dias a pressão para retirar de postos de alto escalão políticos ligados ao antigo regime. Os novos ministros vão prestar juramento, nesta terça-feira, diante do chefe do Conselho Supremo das Forças Armadas (CSFA), organismo que dirige o Egito desde a queda do presidente Hosni Mubarak no dia 11 de fevereiro.

Estado de saúde de Hosni Mubarak

O verdadeiro estado de saúde do presidente egípcio deposto, Hosni Mubarak, é uma incógnita. Depois da afirmação deste domingo do seu advogado, de que ele estava em "coma profundo", o hospital onde o ex-ditador está internado desmentiu a informação. Mubarak sofreu um ataque cardíaco enquanto era interrogado sobre as suspeitas de desvios de dinheiro durante os 30 anos que ocupou a presidência do Egito e por assassinatos de opositores.

O hospital de Cham-el Sheik informou que ele sofreu uma queda súbita de pressão, mas, após ser medicado, encontra-se em um estado "estável de saúde". As dúvidas aumentam as especulações sobre a internação de Mubarak ser, na realidade, uma estratégia da defesa para aliviar o julgamento do ex-ditador.

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