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Síria/Repressão

França responsabiliza Conselho de Segurança por mortes na Síria

Pelo menos 5 mil pessoas foram assassinadas na Síria desde meados de março, quando teve início a revolta popular contra o regime do presidente Bashar al-Assad, segundo novo relatório do Conselho de Direitos Humanos da ONU transmitido ao Conselho de Segurança, em Nova York. O embaixador francês nas Nações Unidas chamou de "escandalosa" a passividade do Conselho diante do massacre dos civis sírios.

Navi Pillay, alta comissária de Direitos Humanos da ONU, fez um relato comovente sobre o massacre sofrido pelos civis na Síria.
Navi Pillay, alta comissária de Direitos Humanos da ONU, fez um relato comovente sobre o massacre sofrido pelos civis na Síria. REUTERS/Denis Balibouse
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A alta comissária de Direitos Humanos da ONU, Navi Pillay, fez ontem um relato doloroso ao Conselho de Segurança sobre a situação na Síria. Ela descreveu a matança organizada pelo regime de Assad. "Dez dias atrás, o balanço era de 4 mil mortos, agora temos informações de que são 5 mil", disse Pillay. Em nove meses de revolta popular, as forças de segurança prenderam 14 mil pessoas.

Entre as vítimas estão civis, soldados desertores e militares executados por não cumprirem ordens de disparar contra manifestantes. Pillay estima que a repressão atual do regime sírio constitui um crime contra a humanidade e pediu que o caso seja levado ao Tribunal Penal Internacional da ONU.

O relato da comissária provocou uma reação indignada do embaixador francês na ONU, Gérard Araud. Ele disse que o Conselho de Segurança é responsável moralmente pelo que acontece atualmente na Síria. Segundo ele, a França e outros países consideram o silêncio do Conselho um escândalo diante da oposição e da indiferença de alguns de seus membros que impedem uma pressão maior sobre as autoridades sírias.

A crítica visa a China e a Rússia, dois países com assento permanente no Conselho de Segurança, que têm bloqueado a adoção de novas sanções contra Damasco. O embaixador russo, Vitali Tchourkine, disse ter ficado chocado com o relatório, mas considera que uma intervenção na Síria iria provocar uma guerra civil e mais mortes.

Apesar das tensões e da violência, ontem o regime sírio realizou eleições municipais, criticadas pela oposição. Na noite dessa segunda-feira, uma explosão atingiu um gasoduto na região de Homs, principal reduto dos opositores. A agência oficial Sana informou que o ato foi uma sabotagem de grupos terroristas. Os opositores do regime negaram envolvimento no incidente. Não há informações sobre vítimas.

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