Acesso ao principal conteúdo
Síria/Crise

"Amigos da Síria" querem prazo para aplicação do plano de Kofi Annan

Representantes de cerca de 70 países reunidos em Istambul, na Turquia, neste domingo, reconheceram o Conselho Nacional Sírio (CNS) como representante legítimo do povo sírio. A reunião dos “Amigos da Síria” confirmou seu apoio ao plano de paz de Kofi Annan e pediu que prazos fossem impostos a Bashar al-Assad. Brasil participou apenas como observador.

Conferência em Istambul dos "Amigos da Síria".
Conferência em Istambul dos "Amigos da Síria". REUTERS/Murad Sezer
Publicidade

O grupo, que reúne Estados Unidos, Turquia, países do Golfo, entre outros, informou que o CNS, presidido por Burhan Ghalioun, será o seu principal interlocutor e pediu a todos os opositores ao governo sírio que se unam a esta coalizão. O diplomata brasileiro presente declarou que “está exclusivamente na condição de observador”, seguindo a mesma linha diplomática do tamaraty desde o início dos protestos. O Brasil defende uma política não intervencionista, de soberania e auto-determinação.

Participantes da conferência solicitaram que o emissário da ONU e da Liga Árabe para a Síria, Kofi Annan, estabeleça um calendário para a aplicação de novas medidas caso o seu plano de paz aceito oficialmente pelo presidente Bashar al-Assad não seja seguido à risca.

“Os ‘Amigos da Síria’ saúdam os esforços de Kofi Annan e demonstram seu apoio à aplicação de seu plano de saída da crise”, disse uma fonte turca à agência France Press.

Promessas não-cumpridas

Segundo a agência oficial turca, Anatolie, o comunicado final da conferência afirma que o regime sírio será julgado não pelas suas promessas, mas pela aplicação do plano. Na terça-feira, o governo de Bashar al-Assad disse ter aceitado o plano de Annan. No entanto, a oposição denuncia que a violência e a repressão continuam em várias cidades.

A secretária de Estado americana, Hillary Clinton, chamou de promessas não-cumpridas a postura do presidente. O chanceler francês, Alain Juppé, disse que o governo sírio quer ganhar tempo e, por isso, é importante fixar datas-limites.

O CNS anunciou neste domingo que vai pagar os salários dos membros do Exército Sírio Livre com a ajuda financeira de países árabes.

Críticas

Mesmo com as manifestações formais de apoio à missão de Kofi Annan, o presidente do conselho, Burhan Ghalium não poupou críticas ao plano de paz oferecido para o regime. Para ele, o presidente Bashar Al Assad aceitou as propostas de Annan para ganhar tempo, e não porque está realmente interessado no diálogo.

Em novembro do ano passado, a Liga Arabe já havia apresentado um plano de paz com condições semelhantes ao governo, que aceitou mas não implementou nenhuma delas. O ministro das relações exteriores da Turquia classificou esta como a última chance de Assad. E nos bastidores, pouca gente acredita no sucesso da missão, já que uma semana após o acordo, nenhuma mudança aconteceu. Mas a opinião de grande parte dos diplomatas presentes no congresso é que, após mais um fracasso diplomático, não haverá mais desculpas para que o corredor humanitário não seja criado, e os rebeldes armados.

Um extenso relatório sobre a situação caótica de civis nas regiões mais afetadas do país foi apresentado pelo conselho. O objetivo, segundo ativistas presentes, foi destacar a urgência de ações mais concretas ao invés de palavras e promessas.

E por fim, um plano com novos passos a serem tomados no caso de um eventual recuo do regime com relação ao acordo será elaborado em parceria entre as Nações Unidas e a Liga Árabe.

Colaboração de Germano Assad, de Istambul

 

NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.

Acompanhe toda a actualidade internacional fazendo download da aplicação RFI

Partilhar :
Página não encontrada

O conteúdo ao qual pretende aceder não existe ou já não está disponível.