ONU pode tirar missão de observadores da Síria, diz diplomata francês

Caso o processo de transição política não seja lançado rapidamente por Damasco e a oposição, o Conselho de Segurança das Nações Unidas deve reduzir, ou até mesmo retirar completamente sua missão de observação da Síria. A declaração foi feita nessa segunda-feira pelo embaixador da França na ONU.

Carros da missão de observadores das Nações Unidas estacionados em Damasco. REUTERS/Khaled al- Hariri

De acordo com o embaixador francês na ONU, Gérard Araud, a presença de observadores das Nações Unidas pode ser suprimida do território sírio se a situação não evoluir. Segundo ele, a missão pode ser útil e necessária na Síria, mas não adianta deixar os homens no país se o processo de transição político não for lançado. Para o diplomata, nesse caso as Nações Unidas podem “reduzir ou até fechar a missão”.

Atualmente, 300 observadores militares não-armados da Missão de supervisão da ONU (Minus) estão na Síria, com um mandato que vai até 20 de julho. O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, deve submeter nessa terça-feira suas recomendações sobre o destino do grupo aos 15 membros do Conselho de Segurança.

Em reunião no último sábado em Genebra o Conselho, acompanhado da Turquia e dos países representando a Liga Árabe chegaram a um acordo sobre os princípios da transição política na Síria. “Nós devemos pressionar o regime de Damasco para que ele aceite essa transição”, disse o embaixador francês.

Grupos de oposição sírios continuam reunidos no Cairo nessa terça-feira para tentar elaborar a mudança do governo. Mas os rebeldes do Exército Livre da Síria acusam os participantes do encontro de armarem um complô e de se curvarem à estratégia da Rússia e Irã, dois aliados de Damasco.