Coreia do Norte comemora 1° aniversário da morte de Kim Jong-Il
O governo norte-coreano promoveu nesta segunda-feira um grande evento para homenagear Kim Jong-Il, o ex-ditador que morreu no dia 17 de dezembro de 2011. O pai do atual líder coreano faleceu sem poder ver o primeiro sucesso de seu programa espacial, que vale a Pyongyang pesadas sanções internacionais desde 2006.
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Centenas de milhares de pessoas fizeram três minutos de silêncio diante do mausoléu Kumsusan da capital norte-coreana, onde repousam os corpos embalsamados de Kim Jong-Il e de seu pai Kim Il-Sung, fundador em 1948 da República Democrática da Coreia.
Em um dia de frio intenso, civis e militares escutaram religiosamente um discurso exaltando a figura heróica de Kim Jong-Il sob o olhar de seu filho caçula Kim Jong-Un, o novo dirigente do país. Sob uma bandeira a meio-pau, dois retratos monumentais de Il-Sung e Jon-Il decoravam a fachada do mausoleu.
"Nosso povo e o exército lamentam neste mês a perda do sorriso radioso de nosso caro pai", comentou uma apresentadora da televisão estatal que retransmitiu a cerimônia ao vivo.
Kim Jong-Il estava à frente da Coreia do Norte desde 1994 quando sucumbiu no ano passado a uma crise cardíaca, aos 69 anos. Sua morte foi mantida em segredo durante dois dias.
Um pouco mais cedo nesta segunda-feira, Kim Jong-Un havia visitado o mausoléu Kumsusan com sua esposa Ri Sol-Ju, junto com autoridades do governo, do partido único e do exército.
A primeira-dama, que causou sensação quando foi revelada ao mundo em julho, havia substituído seus tailleurs de grife pour un hanbok, a vestimenta tradicional coreana. Esse vestido amplo com cintura alta não escondia uma barriga arredondada, aumentando os boatos sobre uma gravidez, hipótese levantada após uma longa ausência pública em setembro e outubro.
Programa espacial
Cientistas que trabalharam no desenvolvimento do foguete norte-coreano lançado com sucesso na semana passada estiveram entre os primeiros a prestar homenagem a Kim Jong-Il. O antigo líder foi quem lançou a política do "songun" (prioridade para o exército), favorecendo sistematicamente os militares em nome da segurança da pátria, que na época estava em plena decadência econômica em consequência da queda da União Soviética.
Ele encorajou o desenvolvimento da arma atômica, marcado por dois testes nucleares, em outubro de 2006 e maio de 2009, e a pesquisa sobre os foguetes considerados pelos Estados Unidos e seus aliados como mísseis balísticos intercontinentais.
Kim Jong-Il morreu antes de poder assistir ao primeiro lançamento bem-sucedido de um satélite meteorológico: esse tiro condenado pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas tinha sido programado para coincidir com o primeiro aniversário de sua morte.
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