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Síria/ Irã

Irã apoia regime sírio e diz que Assad será candidato nas próximas eleições

O Irã demonstrou hoje apoio ao regime sírio, afirmando que Bachar al-Assad é o “presidente legítimo” do país e anunciando que ele vai participar das próximas eleições presidenciais sírias, em 2014. O ministro das Relações Exteriores da Síria, Walid Muallem, visitou hoje o Teerã, depois de passar pela Rússia.

Homem observa estragos de bombardeios em sua casa, em Aleppo.
Homem observa estragos de bombardeios em sua casa, em Aleppo. REUTERS/Hamid Khatib
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Os dois países são aliados do regime do presidente sírio. Muallem disse "não compreender" a decisão americana de fornecer ajuda “não-letal” aos rebeldes, anunciada na quinta-feira.

“Eu não compreendo como os Estados Unidos podem fornecer apoio a grupos que matam o povo sírio”, declarou Muallem, em uma coletiva de imprensa ao lado do ministro iraniano das Relações Exteriores, Ali Akbar Salehi. “Trata-se simplesmente de uma política que aplica dois pesos e duas medidas. Quando se deseja uma solução política, não se pode punir o povo sírio.“

Já o ministro iraniano declarou que Bachar al-Assad vai permanecer “o presidente legitimo” da Síria “até as próximas eleições presidenciais”, previstas para 2014. Ele defendeu que o regime sírio “não tem outra escolha” a não ser continuar combatendo os rebeldes. “O presidente Assad, como os outros, participará das proximas eleições e o povo sírio vai eleger quem quiser”, afirmou.

Os Estados Unidos prometeram na quinta-feira "60 milhões de dólares de ajuda não letal" à oposição síria, após a reunião dos países "Amigos do Povo Sírio" em Roma. "Haverá uma ajuda direta aos rebeldes do Exército Sírio Livre (ESL) em forma de assistência médica e comida", declarou na quinta-feira o secretário de Estado americano, John Kerry, antes de viajar à Turquia, principalmente para falar nesta sexta-feira sobre o conflito na Síria com os principais líderes turcos.

Segundo adiantou a imprensa americana, Washington também poderá fornecer aos rebeldes sírios coletes à prova de balas, material de comunicação e óculos de visão noturna, assim como treinamento militar. Os onze demais países da conferência dos "Amigos do Povo Sírio" prometeram "mais apoio político e material à Coalizão (...) e mais ajuda concreta ao interior da Síria".

Confrontos matam dezenas

Dezenas de soldados e rebeldes morreram neste sábado em violentos combates em Raqa, norte da Síria, perto da fronteira turca, informou o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH). "O exército bombardeia distintos bairros da cidade de Raqa e suas imediações. Os combates causaram a morte de pelo menos 10 soldados e 16 rebeldes", afirmou a ONG, que dispõe de uma rede de informantes dentro e fora do país.

Segundo o OSDH, os helicópteros militares bombardearam as posições rebeldes. Situada no Eufrates, Raqa é uma cidade estratégica perto da fronteira com a Turquia, onde antes da guerra civil viviam 240 mil habitantes. Mas desde que se intensificaram os combates entre rebeldes e forças do governo, cerca de 800 mil refugiados do resto do país se instalaram na região, há quase dois anos. A cidade está sob o controle do regime.

Em outras regiões, confrontos foram registrados em Hama, no centro, em Daraya, nas proximidades da capital, Damasco, e em Aleppo, no norte. Somente hoje, o conflito causou a morte de mais 49 pessoas, entre elas 11 civis, que se somam às mais de 70 mil ocorridas desde o início das revoltas contra o presidente Bachar al-Assad.
 

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