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Síria/ violência

No Irã, ministro sírio critica Estados Unidos

O ministro das Relações Exteriores da Síria, Walid Muallem, chegou hoje ao Irã para uma visita oficial, depois de passar pela Rússia. Os dois países são aliados do regime do presidente sírio. Ele disse "não compreender" a decisão americana de fornecer ajuda “não-letal” aos rebeldes. Dezenas de soldados e rebeldes morreram neste sábado em violentos combates em Raqa, norte da Síria, perto da fronteira turca, informou o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).

Manifestantes protestam contra o presidente Bachar al-Assad na cidade de Idleb, nesta sexta-feira.
Manifestantes protestam contra o presidente Bachar al-Assad na cidade de Idleb, nesta sexta-feira. REUTERS/Mohamed Kaddoor/Shaam News Network/Handout
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“Eu não compreendo como os Estados Unidos podem fornecer apoio a grupos que matam o povo sírio”, declarou al-Muallem, em uma coletiva de imprensa ao lado do ministro iraniano das Relações Exteriores, Ali Akbar Salehi. “Trata-se simplesmente de uma política que aplica dois pesos e duas medidas. Quando se deseja uma solução política, não se pode punir o povo sírio.“

Já o ministro iraniano declarou que Bachar al-Assad vai permanecer “o presidente legitimo” da Síria “até as próximas eleições presidenciais”, previstas para 2014. Ele defendeu que o regime sírio “não tem outra escolha” a não ser continuar combatendo os rebeldes.

Os Estados Unidos prometeram na quinta-feira "60 milhões de dólares de ajuda não letal" à oposição síria, após a reunião dos países "Amigos do Povo Sírio" em Roma. "Haverá uma ajuda direta aos rebeldes do Exército Sírio Livre (ESL) em forma de assistência médica e comida", declarou na quinta-feira o secretário de Estado americano, John Kerry, antes de viajar à Turquia, principalmente para falar nesta sexta-feira sobre o conflito na Síria com os principais líderes turcos.

Segundo adiantou a imprensa americana, Washington também poderá fornecer aos rebeldes sírios coletes à prova de balas, material de comunicação e óculos de visão noturna, assim como treinamento militar. Os onze demais países da conferência dos "Amigos do Povo Sírio" prometeram "mais apoio político e material à Coalizão (...) e mais ajuda concreta ao interior da Síria".

Confrontos matam dezenas

Neste sábado, o conflito sírio continuou resultando em mortes nos dois lados. "O exército bombardeia distintos bairros da cidade de Raqa e suas imediações. Os combates causaram a morte de dezenas de soldados e rebeldes", afirmou a ONG, que dispõe de uma rede de informantes dentro e fora do país.

Segundo o OSDH, os helicópteros militares bombardearam as posições rebeldes. Situada no Eufrates, Raqa é uma cidade estratégica perto da fronteira com a Turquia, onde antes da guerra civil viviam 240 mil habitantes. Mas desde que se intensificaram os combates entre rebeldes e forças do governo, cerca de 800 mil refugiados do resto do país se instalaram na região, há quase dois anos. A cidade está sob o controle do regime.

Em outras regiões, confrontos foram registrados em Hama, no centro, em Daraya, nas proximidades da capital, Damasco, e em Alepo, no norte. Somente na sexta-feira, o conflito causou a morte de mais 142 pessoas, que se somam às mais de 70 mil ocorridas desde o início das revoltas contra o presidente Bachar al-Assad.

 

 

 

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