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Terrorismo/Sahel

Duplo atentado no Níger deixa ao menos 20 mortos

Um duplo atentado com carros-bomba contra o exército nigerino e o grupo francês Areva, reivindicado pelos extremistas islâmicos do grupo Mujao, deixou nesta quinta-feira cerca de 20 mortos no norte da República do Níger, em sua maioria militares.

Um soldado nigerino patrulha a instalação do grupo francês Areva em Arlit, no norte do Níger.
Um soldado nigerino patrulha a instalação do grupo francês Areva em Arlit, no norte do Níger. AFP/Issouf Sanogo
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Esses foram os primeiros ataques desse tipo na história desse país do Sahel, engajado desde o início de 2013 no conflito do vizinho Mali, ao lado das tropas francesas e africanas, contra grupos extremistas.

O Movimento pela Unificação e o Jihad na África Ocidental (Mujao), um dos grupos armados que ocupavam o norte do Mali desde 2012 antes de serem expulsos a partir de janeiro, reivindicou esse duplo ataque.

"Graças a Deus, realizamos duas operações contra os inimidos do Islã no Níger", declarou o porta-voz Abu Walid Sahraoui. "Nós atacamos a França, e o Níger por sua cooperação com a França na guerra contra a Sharia (lei islâmica)", acrescentou.

Esse grupo, que também é acusado de tráfico de droga, já cometeu vários ataques suicidas no norte do Mali desde a retomada dessa região pelas tropas francesas e africanas, mas essa é a primeira vez que reivindica atentados fora do território malinês.

O primeiro atentado com um carro-bomba nesta quinta-feira visava uma base militar de Agadez, uma grande cidade no norte desértico do Níger. Segundo o ministro do Interior, Abdou Labo, esse ataque deixou 19 mortos, sendo 18 militares e um civil. Além disso, quatro kamikazes morreram na explosão e 13 pessoas ficaram feridas.

O ministro informou que um quinto kamikaze mantém oficiais em formação como reféns na base de Agadez. O exército já estaria se mobilizando para prender o extremista islâmico e libertar os militares.

Segundo o ministro da Defesa, Mahamadou Karidjo, os atacantes eram integrantes das comunidades tuaregue ou árabe.

Areva

Cerca de meia-hora após o primeiro atentado, um outro veículo explodiu em uma instalação do grupo nuclear francês Areva em Arlit (240 km ao norte de Agadez), segundo um funcionário da Somair, uma filial da Areva que explora o urânio na área. Ele indicou à agência France Presse que um kamikaze morreu na explosão.

O ministro nigerino do Interior disse que o ataque em Arlit deixou 50 feridos, um civil e 49 agentes das forças de defesa e segurança. Por sua vez, Areva fez um balanço de 14 feridos e um morto entre seus funcionários nigerinos. O grupo francês anunciou um reforço da segurança em todas as suas instalações.

Após esse duplo ataque, o governo decretou luto nacional de três dias.

Sete funcionários da Areva e de um fornecedor do grupo foram raptados em setembro de 2010 em Arlit pelo braço da Al-Qaeda no norte da África. Quatro franceses permanecem em cativeiro.

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