Coreias reabrem complexo de Kaesong na 2ª feira
As Coreias do Norte e do Sul decidiram nesta quarta-feira, 11 de setembro de 2013, que vão reabrir na próxima segunda-feira o complexo industrial de Kaesong, na fronteira entre os dois países, fechado desde abril devido à tensão na península.
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Ao final de uma maratona de negociações que durou toda a madrugada, as duas partes escolheram o dia 16 de setembro como data de reabertura do local, um grande passo para a diminuição das tensões entre os dois países.
"As fundações institucionais foram estabelecidas para que Kaesong se torne um complexo industrial estável e competitivo em nível internacional", comemorou em um comunicado o ministério sul-coreano da Unificação.
As empresas sul-coreanas instaladas em Kaesong, que fica em território norte-coreano, poderão retomar suas atividades "de maneira experimental a partir de 16 de setembro", segundo o ministério.
Em uma reunião em meados de agosto as duas partes haviam decidido reabrir o complexo, que abriga 123 empresas sul-coreanas, mas nenhuma data havia sido marcada.
Criada em 2004, a zona de atividade de Kaesong foi fechada unilateralmente por Pyongyang em abril passado, após semanas de tensão crescente na península, provocada por um terceiro teste nuclear norte-coreano e uma nova rodada de sanções internacionais contra o regime comunista.
Inicialmente Pyongyang proibiu que os administradores sul-coreanos entrassem em seu território e depois decidiu retirar seus 53 mil empregados, fechando o complexo apesar de ele ser crucial para sua economia.
Kaesong é uma fonte preciosa de moeda estrangeira para a Coreia do Norte, um país isolado cuja economia sofre devido a uma má planificação e às sanções internacionais ligadas às suas ambições nucleares.
Situado a dez quilômetros da fronteira em território norte-coreano, Kaesong foi criado na esteira da chamada "diplomacia do raio de sol", conduzida pela Coreia do Sul de 1998 a 2008 para encorajar os contatos entre os dois vizinhos inimigos.
A Coreia do Sul conseguiu impor algumas de suas condições ao Norte: o complexo será por exemplo aberto aos investidores estrangeiros. Seul espera que isso dissuada Pyongyang de tomar esse tipo de medida drástica.
O Sul também havia pedido compensações para suas empresas, que perderam centenas de milhares de dólares. As duas partes parecem ter encontrado um compromisso com o congelamento das taxas e impostos pagos pelas firmas sul-coreanas este ano.
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