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Quênia/ atentado

Francesas e britânicos estão entre vítimas de ataque em shopping do Quênia

Cidadãos franceses e britânicos estão entre os pelo menos 39 mortos após um ataque comandado por uma célula da Al Qaeda em um shopping de luxo em Nairóbi, no Quênia. O Departamento de Estado dos Estados Unidos confirmou que americanos estão entre os ao menos 150 feridos no atentado, realizado em um local frequentado pela classe média alta queniana e por estrangeiros residentes no país.

Policiais e soldados tentam capturar terroristas que mataram pelo menos 39 frequentadores de um shopping center em Nairóbi.
Policiais e soldados tentam capturar terroristas que mataram pelo menos 39 frequentadores de um shopping center em Nairóbi. REUTERS/Goran Tomasevic
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O presidente do Quênia, Uhuru Kenyatta, afirma ter perdido membros da própria família no tiroteio, que começou por volta das 11h (horário local), depois que vários homens mascarados entraram no centro comercial e começaram a disparar. Em uma mensagem à nação, ele declarou que o país “superou ataques terroristas no passado e vai superá-los de novo”.

"Peço a Deus que dê conforto a vocês para enfrentar essa tragédia. Eu sei o que vocês sentem, pois também perdi familiares muito próximos nesse ataque", declarou. "Os desprezíveis criminosos que realizaram esse ato covarde esperavam intimidar, dividir e causar desânimo entre os quenianos", disse Kenyatta.

O tiroteio continuou horas depois do ataque inicial na medida em que tropas cercavam o shopping Westgate, a polícia e soldados vasculhavam o prédio, procurando os homens armados loja por loja. Pelo menos 39 pessoas morreram e outras 150 ficaram feridas.

O Palácio do Eliseu, em Paris, informou que duas francesas estão entre as vítimas fatais, enquanto a chancelaria britânica declarou que “sem dúvida alguma” há britânicos entre os mortos. Por comunicado, o presidente francês, François Hollande, condenou o que classificou como um “atentado covarde”, e prestou “solidariedade total” ao governo queniano. O ataque também foi condenado pela Casa Branca, por comunicado, e pelo ministro britânico das Relações Exteriores do Reino Unido, William Hague.

“É claramente um ataque complexo, um ataque terrorista, um ataque particularmente deplorável, covarde e brutal, que teve como alvo pessoas inocentes de todas as idades e de origens muito diversas”, afirmou Hague, na televisão britânica. Por telefone, de Londres, premiê David Cameron ofereceu ajuda ao presidente queniano.

Soldados e atiradores de elite foram enviados para o local, que fica próximo ao escritório das Nações Unidas na capital queniana. Crianças estão entre as vítimas do atentado, reivindicado pelo grupo somaliano shebab, ligado à Al Qaeda. Pelo Twitter, os extremistas afirmam ter matado "infiéis quenianos" em represália aos "crimes", cometidos por soldados quenianos na Somália.

"O governo queniano está argumentando com nossos Mujahideen (guerreiros sagrados) dentro do shopping para que haja negociações", escreveu o grupo em seu Twitter oficial. "Não haverá negociações de qualquer tipo em Westgate."

Muçulmanos foram libertados

Os atiradores mantém pelo menos oitos reféns e, na noite de sábado, estariam encurralados em um supermercado, junto com os reféns, dentro do shopping. O local é sobrevoado por helicópteros, e a operação para neutralizar os autores do ataque permanece em curso.

Uma mulher que deixou o prédio afirmou a um jornalista que um dos homens armados disse a todos os muçulmanos para deixar o local. Sobreviventes disseram à Reuters que pelo menos um dos agressores é mulher.

O grupo somali Al Chabaab exige a saída dos soldados quenianos enviados ao país vizinho, em 2011, para combater o avanço de islamistas. O ataque foi o maior no Quênia desde que a célula da al Qaeda no leste da África bambardeou a embaixada dos Estados Unidos em Nairóbi em 1998, matando mais de 200 pessoas. Em 2002, a mesma célula militante atacou um hotel israelense e tentou atirar contra um avião israelense em um ataque coordenado.
 

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